A chegada do Antofagasta aos Estados Unidos, em 15 de julho último
A seção naval do Grupo Consultivo e de Ajuda Militar da Embaixada dos Estados Unidos em Lima comunicou formalmente à Chefia do Estado-Maior Geral da Marinha do Peru, que seu governo já disponibilizou 1.468.000 dólares de seus “fundos não reembolsáveis” (dinheiro transferido a título de doação) para que o submarino classe IKL 209/1200 BAP Antofagasta (SS-32), da flotilha de submersíveis peruanos, possa se manter na costa Leste dos Estados Unidos participando do treinamento de combate intitulado Submarine Diesel Exercises (SUBDIEX) 2015 com embarcações daquela Marinha.
A resolução ministerial 770-2015-DE/MGP, publicada na semana que passou pelo diário oficial do Ministério da Defesa peruano registrou o recebimento do dinheiro, que foi encaminhado ao fundo mantido pela Diretoria Geral de Relações Internacionais do gabinete do vice-ministro para Políticas de Defesa do ministério.
O Antofagasta deixou sua base, no porto peruano de Callao, no último dia 23 de junho, e chegou aos Estados Unidos para participar da Operação SUBDIEX cerca de três semanas mais tarde, a 15 de julho. As manobras com os americanos se estenderão até o dia 13 de outubro.
O “BAP Antofagasta” no porto americano de Kings Bay, em 2011
San Luis – Como toda a frota de submarinos americana é constituída de navios movidos a energia nuclear, a US Navy se vale da prática de “alugar” navios de propulsão diesel-elétrica de outras esquadras para adestrar suas tripulações em um possível enfrentamento com submersíveis convencionais – cujos padrões de operação submersos são significativamente diferentes dos registrados no funcionamento dos submarinos nucleares.
Países como Suécia, Canadá, Chile e Brasil também cooperam, rotineiramente, com exercícios do tipo SUBDIEX.
A Marinha dos Estados Unidos optou por sistematizar o adestramento contra submarinos de ataque convencionais – teoricamente inferiores aos de propulsão nuclear – no início da década de 1990, depois que a Royal Navy admitiu ter enfrentado seríssimos problemas para localizar e atacar o ARA San Luis (S-32), único submarino IKL-209 que a Marinha da Argentina conseguiu deslocar para as águas malvinenses durante a guerra de abril/junho de 1982 entre os dois países.
O “ARA San Luis”, depois da Guerra das Malvinas, recolhido ao estaleiro argentino Domecq Garcia para reparos
Mesmo com o seu computador de combate quebrado, o San Luis fez três ataques torpédicos contra alvos identificados como possíveis embarcações militares inglesas (nenhum deles bem sucedido em função da má preparação dos torpedos filoguiados alemães SST-4), tendo sido obrigado apenas uma vez – no sábado, 1º de maio de 1982 – a buscar refúgio no fundo do mar, por causa das armas antissubmarinas lançadas por barcos e helicópteros da Força Naval de Sua Majestade.
Para os navios que servem como sparring dos americanos, o exercício é também altamente proveitoso, porque atualiza suas tripulações nos modernos procedimentos de combate desenvolvidos pela Marinha considerada, ainda hoje, como a melhor do mundo.
Plano Brasil
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