Síria: Batalha de Idleb (parte I) – Planície de Hama Norte - Noticia Final

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sexta-feira, 16 de outubro de 2015

Síria: Batalha de Idleb (parte I) – Planície de Hama Norte

14/10/2015, Moon of Alabama
Traduzido por Vila Vudu
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A planície entre Hama e Idleb é provavelmente local de um próximo grande ataque sírio. O exército sírio e posições aliadas estão marcados em vermelho; as de mercenários e terroristas da CIA, em verde.

Em Latakia, ao norte, estão em curso combates preparatórios em Salma (Vídeo da TV russa, com interessante comentário sobre a moral das tropas sírias). A meta é expulsar o inimigo para o norte e dali para fora do país, e proteger a fronteira com a Turquia. A área tem de ser limpa, para impedir surpresas contra Latakia e as bases russas que há ali. Dali o ataque rumar mais para nordeste, onde o alvo intermediário é Jisr a Shugur, e dali ao longo da rodovia M4 para Idleb.

Ao mesmo tempo está planejado ataque em pinça na planície Hama, ao norte, para seguir pela rodovia M5 rumo ao norte e em direção de (segundo mapa).
Surgiram matérias na mídia-empresa norte-americana segundo os quais combates recentes teriam sido difíceis para o exército sírio, dado que os mercenários da CIA tinham muitos mísseis TOW antitanques, para atacar os blindados sírios. Mas os 30 tanques destruídos de que a oposição falou, nunca existiram. Foram confirmados oito impactos por mísseis TOW e nem todos acertaram o alvo. Mas o ataque pelo lado sírio tampouco foi muito sério. Era mais ação de reconhecimento, para verificar onde estariam os pontos fortes ou fracos do inimigo.
O grande ataque só começará quando tiverem chegado os reforços, e os russos puderem voar mais missões de ataque por dia.


2.000 soldados das Forças Al-haydareyeen do Iraque; forças fatimidas afegãs (2.000 soldados), o Corpo de Guardas Revolucionários do Irã (2.000 soldados) e grupos de elite do Hezbollah (1.000 combatentes).

O aeroporto civil em Latakia foi fechado ao tráfego civil e será usado pela Força Aérea da Rússia para apoio ao ataque iminente. É medida necessária, porque o número médio de decolagens de aeroporto pequeno com só uma pista para pouso e decolagem é de cerca de cem decolagens/dia. Com um segundo aeroporto ativo agora disponível, serão possíveis 200-300 missões/dia, para apoiar o exército sírio. A Força Aérea síria poderá acrescentar a esses números a própria capacidade.

Também chegou nova artilharia, principalmente sistemas de foguetes múltiplos, que, à maneira típica da Rússia, serão intensamente usados contra as linhas dos mísseis TOW(Tube-launched, Optically tracked, Wire-guided).

Para ter alguma ideia do que vem por aí, há um vídeo de alguns bombardeios se intensidade moderada pela Força Aérea russa, e outro vídeo, filmado à distância, de um ataque por sistema de múltiplos foguetes, com munição de fragmentação. Fogo dessa intensidade inevitavelmente ‘amolece’ linhas defensivas e levará a muitas perdas entre os defensores.
Depois que Brennan, chefão da CIA visitou a Arábia Saudita semana passada, os sauditas entregaram na Síria pelo menos 500 armas antitanque TOW fabricadas nos EUA – para somar-se às montanhas de outras novas armas e munições. E a Al-Qaeda/al-Nusra também enviou muitos soldados para reforçar sua linha de defesa na planície de Hama.

Como já é rotina nos combates orientados pelos russos, o exército sírio quebrou aquela linha pesadamente defendida e será reforçado por fogo massivo de artilharia e centenas de ataques aéreos. Inimigos em fuga serão perseguidos o mais rapidamente possível, para impedir que organizem novas linhas de defesa.

O que acima se lê é o plano, na medida do que eu consigo entender. Mas não esqueçam que nenhum plano de combate sobrevive ao primeiro contato com o inimigo. Podem acontecer ou ganhos ou perdas não previstas e a situação pode mudar muito rapidamente.

Há combates em curso também em muitos outros pontos da Síria. Ontem, alguns insurgentes em Ghouta, no leste, entenderam que seria boa ideia lançar dois morteiros contra a embaixada da Rússia em Damasco. A resposta veio hoje, com intenso bombardeio pela Força Aérea russa, seguido de renovado ataque em terra pelas forças sírias. Observem que a ‘imprensa’ ‘ocidental’ sempre diz que Ghouta estaria “sitiada”. Na verdade, sempre houve ali intensa entrega de suprimentos e entrada de terroristas que chegam da Jordânia pelo deserto.

Outros combates estão em curso no nordeste de Aleppo. Alguns dos mercenários da CIAperderam posições ali para o ISIL/ISIS/Daesh/Estado Islâmico, e o exército sírio usou esses confrontos ‘internos’ para obter alguns avanços. Agora, seu objetivo (ver mapas) é conectar suas posições no norte-nordeste de Aleppo, com as cidades xiitas sitiadas de Fua e Kafraya, cerca de 10km a noroeste, nos arredores de Aleppo. Se for bem-sucedido, esse movimento bloqueará a rota de suprimento que vem da Turquia para os inimigos da Síria que estão dentro de Aleppo, e pode deixá-los isolados.

Há combates também em torno de Rastan entre Homs e Hama, onde um caldeirão encobre número desconhecido de insurgentes que bloqueiam importante via de suprimentos. Essa bolha tem de ser eliminada para abrir caminho e para permitir operações futuras mais amplas.
Há outros vários combates mais estáticos em torno de aeroportos militares cercados e no Golan. Mas a frente sul em torno de Deraa está praticamente silenciosa. Não ocorreram novos ataques por mercenários da CIA. Parece que a Jordânia seguiu o Egito e os Emirados Árabes Unidos, que acolheram bem o início da iniciativa russa e optaram por, pelo menos por enquanto, manter-se fora do conflito. Esse racha em relação à facção wahhabista da Liga Árabe, Arábia Saudita, Qatar e Kuwait, provavelmente se ampliará.

A situação na Síria está mais clara, dado que os antes milhares de grupos ‘rebeldes’ que usavam táticas de guerrilhas estão agora reduzidos a dois ou três atores principais e condenados a fazer guerra convencional. Essa situação pode ser contra-atacada por meios convencionais em operações massivas e de amplo alcance. Os russos são um dos raros mestres nesse tipo de confronto (que aprenderam das operações alemãs contra eles). Se os russos assumirem a frente no planejamento e no comando, tenho confiança que resultados substanciais logo aparecerão.

O Hezbullah já limpou o front ocidental de mercenários da CIA, outros mercenários e de wahhabistas. A diplomacia russa acalmou o front sul. Agora, começa o movimento para limpar o norte. Não é ação rápida: demorará um pouco. Depois, o leste, onde reina o ‘Estado Islâmico’, com poucas capacidades que não sejam pura propaganda; a área aí será varrida sem grande esforço. É perfeitamente possível e esperável que a Síria volte a ter todo o território de antes, sem divisões.

Oriente Mídia

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