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domingo, 1 de novembro de 2015

Israel dialoga com terroristas sírios e enfurece Vladimir Putin

Primeiro-ministro israelense, Benjamin Netanyahu, vem flertando com grupos terroristas de oposição na Sìria; Vladimir Putin já avisou que está preocupado com a intervenção.
O primeiro-ministro israelense, Benjamin Netanyahu, está na berlinda. O líder não esconde, nem nunca escondeu, seu súbito desejo de se envolver a fundo no conflito da Síria. Do lado do complexo homogeneizado pela mídia ocidental como “oposição rebelde”, Israel tomou as dores de seu maior aliado, os Estados Unidos, e vem dialogando com grupos terroristas da Síria, invariavelmente pintados como meros opositores ao regime de Assad. Mais que isso, o Estado judaico agora vive um momento de forte turbulência com a Rússia, esta que mergulhou de cabeça na guerra síria para estreitar ainda mais seus laços com o governo de Bashar.
israel terrorista
O que os analistas da política internacional vêm se perguntando neste momento é o real motivo da recente empreitada militar de Israel na Síria. Claro, existe certa obrigação política de estar sempre ao lado dos norte-americanos, mas o risco de fragilização de um país que luta em duas frentes é enorme. Vale lembrar que o conflito palestino-israelense está muito vivo, e os recentes ataques de palestinos a israelenses, e vice-versa, podem e devem resultar em mais uma série de ataques à Faixa de Gaza, território coordenado pelo partido político Hamas.
Provas disso são as primeiras faíscas já vistas ao Sul de Gaza, onde, no último dia 26, aviões israelenses bombardearam posições do Hamas em resposta a um suposto lançamento de um foguete que teria atingido Israel, como informou a rede venezuelana TeleSUR. “Pequenas” inserções militares como essa vêm sendo comuns na região desde o início de outubro, quando começaram a surgir, de forma mais veemente, casos de intolerância explícita entre árabes e judeus. Posto isso, por qual motivo Israel estaria tão empenhado em comprar outra briga?
A resposta aparenta ser uma grande combinação de fatores políticos e territoriais. Primeiro, a grande rixa entre Rússia e Estados Unidos na região revela que os resquícios da Guerra Fria já não são tão velados, e ambos os governos não farão concessões com medo de alimentar o poder do rival. Como grande aliado da América, Israel não poderia agir de outra forma a não ser tomar o partido do melhor amigo, negociando e alimentando uma oposição síria cada vez mais nebulosa. No entanto, o que mais faz Netanyahu saltar os olhos em direção à Síria é o fator territorial do país árabe, no caso as Colinas de Golã, area no sudoeste da Siria anexada por Israel na Guerra dos Seis Dias e em disputa há quase 50 anos por árabes e judeus.  Por isso os ataques do Exército de Israel às colinas em agosto deste ano, supostamente visando jihadistas, de acordo com a agência France Presse, seguidos de um depoimento duvidoso de um oficial israelense: “Não desejamos nos envolver na guerra da Síria”.
A frase do militar de Israel converge com o discurso de Netanyahu. Em recente visita a Moscou, o primeiro-ministro argumentou: “Vou manter minha posição de não me envolver na guerra civil síria, mas também não vou permitir que grupos terroristas fiquem em meu território, nem vou tolerar ataques contra as Colinas de Golã”.
Fato é que as palavras de Netanyahu não condizem com suas próprias atitudes. Segundo informações da agência libanesa Al-Ahd, no fim de semana do dia 25, autoridades israelenses cogitaram receber, em Jerusalém, uma grande reunião com líderes dos diversos grupos sírios de oposição. A publicação informa ainda que o primeiro-ministro israelense decidiu cancelar o encontro para não “enfurecer Vladimir Putin” e criar ainda mais tensão entre os países. Outro fato desmente o desinteresse de Netanyahu pela guerra síria. Segundo fontes israelenses, desde o início do conflito, em 2011, pelo menos 1.300 combatentes de grupos terroristas como, Frente al-Nusrah – espécie de filial da Al-Qaeda na Síria – foram atendidos em hospitais de Israel com a conivência do governo.
E a situação em Golã ficará cada vez mais tensa. Em uma reportagem para a Associated Press, o jornalista Herbert London revelou que tropas russas e sírias farão operações nas colinas contra o Estado Islâmico, o que está preocupando Israel. A coalizão formada por Rússia, Irã, Iraque e Síria, assusta os israelenses justamente pelos interesses contrários na região. Enquanto norte-americanos querem manter o status quo nas colinas e fortalecer a “oposição síria moderada”, Vladimir Putin e seus aliados xiitas estão  interessados em garantir a soberania da Síria e do ditador Bashar al-Assad.
Um breve encontro entre os dois exércitos já foi registrado. No dia 19 de outubro, forças russas enviaram um aviso para a Força Aérea de Israel após detectarem a presença de caças do país próximos à fronteira do Líbano com a Síria. Em reportagem publicada no jornal libanês As-Safir, um oficial da diplomacia libanesa informa que os radares russos detectaram os aviões israelenses em um espaço aéreo controlado pelo país, o que soou desrespeitoso. Logo após o ocorrido, o ministério da Defesa russo estabeleceu fronteiras no espaço aéreo da Síria e do Líbano e reforçou que “os dois países estão cooperando”. Mais uma vez, a declaração soa duvidosa, já que o mesmo diplomata libanês informou que “os russos enviaram um aviso claro de que a violação do espaço aéreo era um pretexto para abrir fogo contra os aviões israelenses”.
A preocupação com a situação nas Colinas de Golã não é exclusividade de Israel. Putin já demonstrou sinais de que está incomodado com os ataques cada vez mais frequentes de Israel, e deu um recado: “Nós respeitamos os interesses de Israel relacionados à guerra civil síria, mas estamos preocupados com os ataques deles no país árabe.” Como bem escreveu Herbert London, as palavras de Putin soam como um alerta aos israelenses: os russos estão dispostos a tudo para atender seus interesses geopolíticos na região.
brasileiros.com.br/terra
Naval Brasil

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