Posted by Roberto Lopes
A sequência mostra o KC-390 brasileiro e o An-178 ucraniano
O encontro de dirigentes da Arábia Saudita e da Ucrânia aconteceu em Riad. O documento que eles firmaram prevê a construção de um lote de 30 jatos ucranianos de transporte tático An-178 para a Real Força Aérea Saudita, e uma eventual cooperação para que a aeronave seja fabricada no país árabe.
18 de dezembro de 2015: em um cenário de simplicidade, o ucraniano Hvozdiov (sentado à direita, entre dois assessores) firma com o presidente da Taqnia Aeronautics (em frente a ele), o acordo que deixou o jato da Embraer fora do mercado saudita
Segundo Perry, Al-Ghamdi declarou que o entendimento com a Ucrânia representa “um passo significativo” no nível de cooperação entre as partes, e elas já se comprometeram a promover em conjunto a aeronave no Oriente Médio. “No futuro planejamos uma produção compartilhada desta aeronave”, arrematou o saudita.
De acordo com a agência de notícias russa RIA Novosti, o presidente da Taqnia justificou a opção pelo An-178: “seu preço e baixo custo operacional são vantagens importantes na comparação com outras aeronaves dessa classe”.
O item preço confere, efetivamente, dianteira significativa ao An-178. Ao menos na comparação com o KC-390. Cada avião ucraniano sairá, em média, por 55 milhões de dólares; enquanto o jato cargueiro da Embraer poderá custar 85 milhões de dólares (e, de acordo com sua configuração interna, até mais).
China – O design do An-178 é inspirado no jato de passageiros An-148.
O modelo 178 voou pela primeira vez a 7 de maio deste ano, decolando da pista da Antonov Serial Production Plant, na localidade de Sviatoshyn, periferia de Kiev.
O evento teve lugar exatos 93 dias depois de o KC-390 ter partido da unidade da Embraer em Gavião Peixoto (SP), para um voo experimental inicial de pouco mais de 30 minutos.
O “roll out” das duas aeronaves
Em novembro o Antonov já acumulava 30 horas de voo. Sua certificação para o mercado aeronáutico civil deve estar completada até o fim de 2016.
O 178 foi concebido para transportar um payload (carga paga) de até 18 toneladas, impulsionado por duas turbinas Ivchenko Progress D-436- 148FM.
De acordo com o texto da FlighGlobal, a transportadora de carga aérea Silk Way Airlines, de Baku, no Azerbaijão, já vinha negociando um lote de dez cargueiros Antonov An-178; e a empresa ucraniana tenta agora que a companhia Beijing A-Star Airspace and Technology se interesse por fabricar o 178 na China.
Os ucranianos estão investindo cerca de 200 milhões de dólares no programa desse Antonov, e planejam produzir ao menos 200 exemplares do seu novo aparelho.
Taqnia e Antonov já cooperam mutuamente em ao menos mais dois projetos: o desenvolvimento do cargueiro An-132 – variante modernizada do conhecido e antiquado An-32 –, e a identificação de outras versões para o An-148.
KC-390 – O modelo 178 é um competidor direto do KC-390, mas não apenas dele. Também do bimotor italiano Alenia C-27J Spartan (vendido recentemente à Força Aérea do Peru), do EADS CASA C-295 espanhol (modelo que, entre os cargueiros de médio porte, parece ser o que perde espaço de mercado mais rapidamente), do Ilyushin Il-214 russo e até do famoso quadrimotor Lockheed Martin C-130J americano (considerado de alto custo operacional).
O avião ucraniano viaja a uma velocidade de cruzeiro de 800 km/h, e opera em um teto máximo de 13.000.
O KC-390 alcança a velocidade máxima de 850 km/h, e seu teto operacional é de 10.973 m.
Cabine de comando do An-178
O grupo Antonov mantém em sigilo várias outras características técnicas de sua aeronave, mas sabe-se que a capacidade de carga do 178 é inferior à do KC-390.
Fora da disputa por vantagens técnicas, o que vem prejudicando a aeronave da Embraer é a incerteza quanto ao cumprimento de prazos em seu programa de desenvolvimento. Em razão da falta de repasse de recursos do governo à fabricante, a previsão de entrega do KC-390 à Força Aérea Brasileira passou para 2018, o que representa um atraso de dois anos.
Plano Brasil
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