O chefe da comissão parlamentar de segurança e defesa do Iraque, Hakim al-Zamili, em entrevista à Al-Araby Al-Jadeed, disse que Bagdá pode recorrer à ajuda de Moscou depois que a Turquia alegadamente violou a soberania do Iraque.
Vários relatos sugerem que na sexta-feira (4) a Turquia enviou cerca de 130 soldados para o norte do Iraque. As forças turcas, implantadas perto da cidade de Mosul, estão supostamente encarregadas de treinar os curdos Peshmerga, que, por sua vez, têm estado envolvidos na luta contra o Daesh, também conhecido como Estado Islâmico.
No sábado (5), Bagdá descreveu a decisão como "uma grave violação da soberania iraquiana", uma vez que não tinha sido autorizada pelas autoridades do país.
"Nós poderemos em breve pedir à Rússia uma intervenção militar direta no Iraque em resposta à invasão turca e à violação da soberania iraquiana", disse al-Zamili.
Anteriormente, o parlamentar iraquiano ameaçou a Turquia com uma operação militar se os soldados turcos não deixassem o Iraque imediatamente, reiterando que Ancara havia enviado tropas para o território iraquiano sem notificar o governo de Bagdá.
O primeiro-ministro iraquiano, Haider Abadi, também exigiu que a Turquia retirasse imediatamente suas forças, que incluiriam tanques e artilharia, da província de Nínive. O presidente iraquiano, Fuad Masum, referiu-se ao incidente como uma violação do direito internacional e exigiu que Ancara se abstenha de atividades semelhantes no futuro, segundo noticiou o canal de TV Al-Sumaria.
Neste domingo (6), o ministro das Relações Exteriores turco, Mevlut Cavusoglu, declarou em entrevista coletiva que as tropas turcas haviam sido convidadas pelo Ministério da Defesa iraquiano.
"O Ministério da Defesa do Iraque fez um pedido para treinar os militares iraquianos. O mesmo convite também foi estendido a nós pelo governador da província de Nínive. Nossos militares treinam nessa região tanto as forças da Guarda Nacional do Iraque quanto as forças Peshmerga, que liderarão a luta contra a organização terrorista Estado Islâmico (Daesh em árabe). Isso é feito não só pela Turquia, mas também pelos Estados Unidos, Alemanha e França. Os militares turcos estiveram lá desde o início, a convite das autoridades iraquianas", disse Cavusoglu aos repórteres.
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