A Turquia reiterou recentemente a sua intenção de criar sistemas de mísseis ofensivos. Este passo desconcertou completamente a OTAN.
“Da perspectiva da OTAN, é perturbante que este aliado queira desenvolver capacidades de mísseis ofensivos”, disse um embaixador da OTAN em Ancara ao site Defense News. “A Turquia faz parte do guarda-chuva de segurança [da OTAN]. Não estamos seguros de que quaisquer esforços da Turquia de criar mísseis ofensivos façam sentido
estratégico…apesar das percepções [turcas] da crescente ameaça militar na sua região”.
A sua opinião foi ecoada pelo embaixador da UE em Ancara que também disse que o passo turco a caminho de um sistema ofensivo é uma confusão.
“Tais ambições podem incentivar as tensões sectárias na região. A rivalidade na área dos mísseis entre um membro da OTAN e o Irã não parece agradável de qualquer forma”, informa o site, citando as suas palavras.
As ambições turcas provocaram também preocupações de outros especialistas, que colocam a questão se a Turquia não se estará tornando um Estado vilão.
Um dos especialistas turcos baseados em Londres disse que Estados vilões frequentemente preferem os mísseis porque podem levar ogivas com armas biológicas, químicas e nucleares.
“A Turquia não é um estado vilão e é curioso que tenha ambições de desenvolver sistemas de mísseis ofensivos”, acrescentou.
Em 7 de janeiro, um alto oficial turco, Ismail Demir, confirmou as ambições militares da Turquia.“É difícil para o país realizar uma política de contenção somente com armas defensivas…É por isso que os sistemas [de mísseis] ofensivos devem ser desenvolvidos”, disse Demir em um briefing no Comitê de Defesa do parlamento turco.
“As autoridades políticas estão determinadas na opinião de que a Turquia deve possuir tais capacidades de mísseis”.
Em novembro, o presidente turco, Recep Tayyip Erdogan já disse no canal televisivo nacional ATV que a Turquia pode adoptar uma estratégia de aquisição de mísseis superfície-ar de longo alcance com capacidades ofensivas e com o alcance de 3 mil km.
Vários políticos afirmam que o desenvolvimento de qualquer programa deste tipo exigirá que a Turquia use know-how estrangeiro.
Ismail Demir não nomeia qualquer país em particular que poderia ajudar à Turquia mas não rejeitou “a variante chinesa”.A mídia turca também destaca que é muito possível que Ancara se volte para a China e peça ajuda a este país no desenvolvimento de mísseis de longo alcance, porque os seus aliados da OTAN se recusarão de fazer isso.
Ao mesmo tempo, parece que a Turquia não se limita a contar com o guarda-chuva de segurança da OTAN e, em caso de alguma ameaça contra o país, este agirá independentemente se for necessário, afirmou o jornal turco em inglês Today’s Zaman.
sputniknews
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