A sequência mostra um F-5F “nariz de tubarão” do 211º Esquadrão da Real Força Aérea Tailandesa
Por Roberto Lopes
As venerandas aeronaves de caça F-5E/F fabricadas pela Northrop americana a partir dos anos de 1970, ganharam mais um kit de modernização. Dessa vez, na Tailândia.
O governo de Bangcoc aprovou, no orçamento do Ministério da Defesa para 2016, uma verba para a continuidade do programa de atualização de seus jatos B.Kh18 (como os F-5E/F são chamados pelos pilotos tailandeses) operados pelo 211º Esquadrão – Esquadrão Águia – da 21º Ala Aérea da Real Força Aérea Tailandesa (RTAF na sigla em inglês).
Os voos de provas com dois protótipos remodelados tiveram início há cerca de quatro anos, para testar, prioritariamente, a confiabilidade de uma modificação estrutural bastante particular e visível: o alongamento do nariz do aparelho (“nariz de tubarão”, como os militares da Tailândia gostam de definir), executado para acomodar um novo radar de identificação de alvos e apoio ao sistema de tiro.
A sequência mostra a adoção, pelos caças tailandeses de nariz estendido, de um emblema comemorativo da mudança
De acordo com as raras informações disponíveis, em função das modificações estruturais e na aviônica que recebeu, o B.Kh18 terá, agora, capacidade de disparar os mísseis Phyton-5 e Derby, de alcance “além do horizonte”.
Capacidade BVR – Uma fonte da indústria aeronáutica de Israel ouvida pela coluna INSIDER relatou que os caças do 211º Esquadrão deverão ser atualizados com um radar Elta EL/M-2032, e que as mudanças aludidas na baia eletrônica da aeronave incluem os sistemas de integração que capacitam a aeronave a operar a nova geração de mísseis ar-ar Python-5 e Derby.
Os pilotos receberão capacetes do modelo DASH IV, e esse conjunto de novidades habilitará os velhos F-5E/F tailandeses, pela primeira vez, ao combate aéreo fora do alcance visual (Beyond Visual Range).
F-5F da Aviação Militar da Tailândia
O míssil Python-5 é um vetor impulsionado por um motor-foguete de combustível sólido. Ele alcança Mach 4 de velocidade e possui um raio de ação nominal superior aos 20 km.
O Derby BVR é, basicamente, um Python-4 de capacidades ampliadas, notadamente pelo uso de um seeker ativo (cabeça buscadora ativa) capaz de fazer varreduras por distâncias de até 50 km.
O comando da RTAF tem a expectativa de que os jatos assim modernizados possam operar até um período estimado entre os anos de 2026 e 2031.
Custo – O programa completo de modernização deverá sair por 565,68 milhões de dólares (em moeda tailandesa, o equivalente a 2 bilhões de bahts).
A Aviação Militar da Tailândia começou a receber seus caças F-5 em 1981, e hoje ainda opera 27 dessas aeronaves: 16 modelos F-5T (F-5A) e 11 F-5E/F.
Eles já passaram por duas modernizações, uma em 1986 e outra em 2002.
Na de 30 anos atrás os aviões receberam telas HUD/WAC (Head-Up Display/Weapon Aiming Computer) da GEC Marconi, e RWR (Radar Warning Receptor) AN/ALR-46.
Foi dessa forma – dotados do míssil Rafael Python-3 e de um canhão de 30 mm – que eles, em 1994, chegaram às instalações do “Esquadrão Águia”, na base de Ubon Ratchathani, procedentes do Esquadrão 403.
Em 2002 também a companhia israelense Elbit realizou uma intervenção nos F-5E/F da Tailândia. O cockpit da aeronave ganhou uma tela tipo MFD (Multi-Function Display), e os capacetes dos aviadores foram equipados com facilidades de visualização e pontaria.
Plano Brasil
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