Um Il-76 russo, o avião do mistério
Por Roberto Lopes
Foi a própria agência de notícias russa Sputnik News – uma organização jornalística controlada pelo governo do presidente Vladimir Putin – que, nesta quarta-feira (13.01) escancarou o mistério: a conhecida indústria aeronáutica Ilyushin já exportou seis dos oito cargueiros pesados Il-76 que formam o lote negociado, em 2013, com “um país asiático”.
Mas que país é esse, que necessita de uma frota de quadrirreatores com tanta capacidade de carga?
Dependendo do modelo, um Il-76 pode transportar, em cada voo, entre 42 e 60 toneladas (o equivalente a duas ou três viagens do Embraer KC-390, um transporte tático que não embarca mais do que 23 toneladas por vez).
“Infelizmente eu não posso nomear o país, somos forçados a isso devido aos termos de acordos bilaterais assumidos”, declarou à Sputnik, Yuri Yudin, 1º vice-diretor geral da empresa. “O contrato está quase cumprido, há somente dois aviões para serem entregues”, acrescentou.
O executivo Yuri Yudin, da Ilyushin
Mas Yudin adiantou outra informação importante: há mais cinco aeronaves Il-76 reservadas a esta nação asiática cliente da Ilyushin, caso ela deseje exercer essa opção de compra.
Especulações – Analistas americanos especulam que o importador das aeronaves russas seja o Irã, ou a China – mas os chineses já possuem o modelo Xian Y20, de características bem próximas à do Il-76.
O Xian Y20 chinês
Em contrapartida, não há informações recentes de que a Aviação Militar iraniana estivesse priorizando a compra de aeronaves de transporte, e sim de jatos de caça.
Esses mesmos observadores ressaltam: não há dúvida de que o comprador é um país de efetivo militar numeroso, que necessita de um transporte estratégico capaz de levar grandes frações de tropas e equipamentos por longas distâncias.
As outras hipóteses: o misterioso importador dos Il-76 está planejando utilizá-los como cargueiros reabastecedores de jatos de combate, ou então como aviões de patrulhamento marítimo de grande alcance.
Plano Brasil
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