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Nos últimos dias, o Exército Árabe Sírio, EAS [Syrian Arab Army (SAA)] alcançou consideráveis ganhos de territórios na área central que esteve completamente em mãos de insurgentes, localizada na região da "Montanha dos Curdos" (Jabal al-Akrād) próxima da fronteira turca, no Governorado de Latakia. Nos últimos três dias a insurgência muito se beneficiara das rotas de suprimento que partem da fronteira turca e também do terreno acidentado e coberto de árvores. Essa região tem importância vital para os dois lados em guerra por causa da proximidade com a cidade de Latakia e outros centros urbanos próximos da costa mediterrânea. A fronteira sírio-turca foi área proibida para as forças do governo sírio por muito tempo. Agora, isso mudou.
Como se esperava, a queda da mais importante fortaleza dos insurgentes de Salma ter severo impacto negativo nas capacidades de defesa da insurgência. Dia 20 de janeiro, o Exército Árabe Sírio libertou a vila de Ateera e áreas circundantes, que os insurgentes haviam tentado recapturar sem sucesso, no dia anterior. As forças do governo sírio empurraram os insurgentes para fora da vila de al-Kabeir e tiraram de sobre as forças legalistas a pressão que sofria a vila de Bayt Ablaq.
O avanço mais importante aconteceu na área operacional sul, próxima da estratégica rodovia M4, que leva às cidades de Jisr al Shughour e Idlib.
Nessa área, o Exército Árabe Sírio assumiu o controle das vilas de Ayn al Hawr, Ghunaymiyah e Khab al Jawz. A libertação de Khab al Jawz é enorme ganho estratégico, semelhante à da libertação de Salma, poucos dias antes. Com a retomada de Khab al Jawz e dos cruzamentos estratégicos próximos, o Exército Sírio Árabe começou o avanço para o bastião dos insurgentes no norte, Rabi’ah.
Os defensores desse ponto vital já enfrentavam dificuldades para conter as forças do exército sírio ativas na região norte. Agora, terão de cobrir também as duas principais rodovias que seguem para o sul, para Khab al Jawz. Mas os insurgentes já pareciam sufocados no lento avanço do exército próximo da rodovia M4. Não conseguiram deslocar tropas para essa área. Assim, não puderam fixar nova linha de defesa no prazo necessário para impedir o avanço de forças legalistas na direção de Rabi’ah.
Apenas um dia depois de o Exército Árabe Sírio ter capturado os cruzamentos de Khab al Jawz, capturou também a vila de Baradun e a barragem de Baradun, próxima da cidade.
No norte, o exército legalista empurrou as forças insurgentes para fora da área de Jaqruran, o que pôs pressão adicional sobre os que defendiam Rabi’ah.
Dia 22 de janeiro, as forças insurgentes já exaustas mostravam sinais crescentes de desorganização e fadiga. Não conseguiram conter as forças legalistas sírias que receberam acurado apoio aéreo da Força Aérea Russa e da Força Aérea Síria.
Nesse dia decisivo, o Exército Árabe Sírio lançou ataque em grande escala. Ao mesmo tempo, os insurgentes sustentavam um bolsão entre as vilas de Baradun e ad-Durrah. O exército alcançou ganhos significativos e capturou uma cadeia de vilas, dentre as quais a importante cidade de al-Rayhaniyyah, ao sul de Rabi’ah.
Dia 23 de janeiro [hoje, aqui; lá, ontem], as forças insurgentes colapsaram completamente. As forças legalistas também ganharam controle sobre novas áreas e vilas, como al-Malik, Tanahiyah e Al Huwlah.
Até aqui, os insurgentes não estão conseguindo reverter adequadamente os recentes sucessos do Exército Árabe Sírio. Parece que teriam confiado em alguns pontos fortes próximos de áreas da linha de frente, quando as forças pró-governo sírio lançaram sua ofensiva em larga escala em outubro passado. Tão logo caíram aqueles pontos fortes – como Salma –, os insurgentes sentiram que não conseguiriam conter os avanços legalistas.
O fato óbvio de não se servirem da estratégia de defesa em profundidade comprovou-se fatal. Essa situação provavelmente levara ao declínio acelerado dos recursos das milícias e do número de combatentes. Se Rabi’ah cai, muito provavelmente provocará retirada em grande escala na direção de Jisrt al Shughour.
Ali os insurgentes tentarão provavelmente fazer uma última base, no ponto mais estreito entre a área de Ayn al Hawr e a fronteira turca.
Se essa tentativa falhar, a via para Jisr al Shughour estará escancarada para o Exército Árabe Sírio. A posição estratégica dos insurgentes provavelmente se agravará ainda mais, pelo fato de o Exército Árabe Sírio ter liberado milhares de soldados, quando, recentemente encurtou a linha de frente no Governorado de Latakia.
Em outubro, a linha de frente tinha comprimento total de aproximadamente 35 milhas (pouco mais de 56 km). No momento em que começar, provavelmente, o avanço sobre Jisr al Shughour, o Exército Árabe Sírio terá de cobrir aproximadamente 10 milhas (c. 10km) no caso de manter as posições atuais na planície al-Ghab.
Embora o Exército Árabe Sírio só disporá, provavelmente, pequena parte de sua força ofensiva total na fronteira turca, mesmo assim vem em ofensiva poderosa, para capturar Jisr al Shughour e até Idlib.
Traduzido pelo Coletivo Vila Vudu
Traduzido pelo Coletivo Vila Vudu
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