F-35 com a pintura dos “Marines”
Por Roberto Lopes
O site americano de notícias econômicas The Fiscal Times noticiou, nesta quinta-feira (17.03), que o caça americano de 5ª geração (eletrônica) F-35 ainda pode precisar de seis anos (!) antes de estar completamente pronto para entrar em combate.
De acordo com as informações colhidas pelo site, uma respeitada equipe de monitoramento de projetos governamentais denominada Project on Government Oversight relaciona, como os principais motivos dessa demora, os seguintes itens:
Testes-chave que foram adiados;
- O repetido impacto causado pelo acionamento de controles de voo sobre a manobrabilidade do aparelho;
- Problemas graves de segurança para a tripulação não equacionados;
- Problemas significativos na Logística do software do avião;
- Vulnerabilidade nas diferentes fases de teste acerca de cybersegurança;
- Problemas de manutenção que, periodicamente, mantém os F-35 “groundeados”; e
- Falhas no simulador responsável por testar o programa de ameaças ao jato.
Custos – O site lembra que não se trata de lidar com os problemas habituais de um projeto de aeronave comercial – uma simples plataforma de transporte –, e sim de avaliar o estágio de desenvolvimento de um projeto onde quase todos os números são superlativos. Se não, vejamos: o programa F-35 Joint Strike Fighter, de 1 trilhão de dólares, vem repetindo ensaios em voo há mais de dez anos.
O F-35 foi reprojetado em 2004, porque pesava demais. O grupo Lockheed Martin gastou 6,2 bilhões de dólares em pesquisas de materiais compostos e redesenhos para deixa-lo 1,22 tonelada (ou 2.700 libras) mais leve.
Em 2010 o Pentágono admitiu que o programa do F-35 havia ultrapassado as suas estimativas de custo originais em mais de 50%…
Cada F-35 tem seu custo unitário estimado, hoje, em cerca de 100 milhões de dólares.
Os atrasos no programa são especialmente danosos porque implicam em multas a serem pagas pelo fabricante aos países que encomendaram a aeronave para usá-la ainda nesta década, ou no início dos anos de 2020. E agora um grupo de monitoramento independente conclui que o jato não estará completamente pronto para ir a um teatro de operações real antes de 2022.
Marines – O mais curioso é que o relatório emitido pelo Project on Government Oversight aparece depois de um dos três modelos do F-35 – o dos Marines americanos – foi declarado pronto para entrar em ação – e isso há oito meses atrás…
Imagem do F-35 com as bandeirinhas dos países que já o encomendaram pintadas na fuselagem
O pessoal da equipe de fiscalização da Administração Barack Obama diz agora que a decisão tomada pelos Marines foi claramente “prematura”, e que as autoridades deveriam agir em consonância com essa avaliação – ou, em outras palavras, rever a autorização dada aos fuzileiros amerianos para operar a aeronave!
De qualquer forma, o Joint Strike Fighter Program Office (Escritório do Programa Joint Strike Fighter) não está parado.
Nos bastidores do governo americano, ele enfatiza que o jato ainda está “em desenvolvimento” e que existe uma “longa lista de realizações” referente à correções já efetuadas no projeto original.
Projeto original que, diga-se, previa que o F-35 estivesse completamente pronto para operar em 2012.
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