Damasco, 16 mar (Prensa Latina) Após quase um mês do acordo sobre o cessar-fogo na Síria, os primeiros resultados parecem propiciar uma atmosfera que alivia as tensões, permite reativar o processo de reconciliação nacional e isolar os grupos terroristas.
O reinício das negociações em Genebra começou com sinais positivos sobre a base de afastar pré-condições, o que se une a uma maior sistematicidade na entrega de assistências humanitárias e à consolidação nas frentes de combate das Forças Armadas sírias.
Quase simultaneamente, o vasto programa de reconciliação nacional começa a se generalizar nas províncias de Damasco, Daraa e Alepo, e gera expectativas favoráveis e algumas esperanças para pôr fim a cinco anos de duros confrontos com grupos terroristas.
Na realidade, e apesar das dramáticas destruições, uma boa parte dos seis milhões de deslocados internos estão acolhidos atualmente nas zonas controladas pelo Governo de Bashar al Assad e que desde fevereiro último recuperou mais de 400 localidades e uma cifra superior aos 10 mil quilômetros quadrados.
Esses resultados partem da cooperação aérea russa, da unidade das autodefesas curdas com destacamentos militares sírios e o apoio prático de aliados como Irã e a organização de resistência palestina Hezbolá nas mais de 10 frentes de combate em todo o território nacional.
Organizações terroristas como o Estado Islâmico ou a Frente al Nusra, entre outras, têm sido obrigadas a se redobrar e as operações da aviação russa destruíram-lhes não menos de 209 instalações de produção e processamento de petróleo e mais de dois mil meios de fornecimento.
O norte de Alepo, próximo à fronteira turca, junto à região de Deir Ezzor, ao norte, continuam como pontos altos de contínuos combates contra os que em mais de 100 ocasiões violaram a trégua de quase um mês e recebem o respaldo - agora aparentemente indireto - da artilharia turca.
A retirada de uma parte da aviação estratégica russa como os Suhkoi 24 M e suas versões tipo 25, 30 e 34 e o apoio logístico que requerem, não significa uma concessão porque é a demonstração prática de abrir portas à negociação, tal e como coincidem em assinalar Moscou e Damasco.
Sem excessivo otimismo, existem resquícios para avançar nas negociações e pôr fim a cinco anos de guerra imposta, ainda que o terrorismo não esteja derrotado e afine novas manobras junto aos seus patrocinadores no empenho até agora frustrado, de destruir a Síria.
Por Pedro Garcia Hernandez
Prensa Latina
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