O Presidente russo, Vladimir Putin, ordenou ao seu ministro da Defesa, Serguei Choigu, (à drta) que iniciasse terça-feira dia 15 de março a retirada das tropas russas da Síria. Manter-se-á apenas uma base de manutenção de aviões e um pequeno número de caças para vigiar o cessar-fogo. | Mikhail Klimentyev - Kremlin/Reuters
O Presidente russo ordenou esta segunda-feira a retirada da maior parte do contingente militar deslocado na Síria, após acordo com o Presidente sírio Bashar al-Assad.
As ordens de Putin foram transmitidas pela televisão russa, ao ministro da Defesa, Serguei Shoigu.
"A tarefa que foi solicitada ao ministério da Defesa e às forças armadas foi globalmente conseguida e ordeno portanto ao ministério da Defesa que inicie a partir de amanhã a retirada da maior parte dos nossos contingentes militares da república árabe síria," disse Putin.
A presença aérea russa, que permitiu a Damasco grandes ganhos no terreno contra os rebeldes e contra o avanço jihadista, vai-se manter, mas somente para controlar o cessar-fogo, anunciou o Kremlin.
"O Presidente da Rússia declarou que as principais operações pedidas às forças armadas foram alcançadas. Foi acordado retirar a maior parte das forças aéreas russas," referiu o comunicado do Kremlin. "No entanto, para permitir a vigilância das tréguas dos combates, a parte russa conserva no território sírio um local de manutenção de voos," acrescenta.Moscovo entrou na guerra síria no dia 30 de setembro de 2015, respondendo a um pedido de ajuda do Governo de Bashar al-Assad. Deslocou para o país mais de 50 aviões de combate e um número indeterminado de tropas.
O anúncio surpresa coincide com o recomeço em Genebra das negociações de paz para a Síria, iniciadas em finais de janeiro e tornadas possíveis após a aplicação de um cessar-fogo extensível a todo o território e grupos da Síria, com exceção aos grupos jihadistas e às áreas por estes controladas.
A presidência russa não especificou que tipo de aviões serão deixados no território sírio nem qual a base de manutenção que se manterá ativa, mas analistas consideram provavel que seja Hmeimim, na província de Lataquia, o bastião de Bashar al-Assad, no noroeste do país.
O embaixador da Rússia na ONU, Vitali Tchourkin, considerou que a retirada russa irá ajudar a encontrar uma solução pacífica para a guerra síria, que entrou este mês no seu sexto ano e provocou mais de meio milhão de mortos e milhões de deslocados e de refugiados.
A oposição síria aplaudiu a decisão russa mas afirmou que irá esperar para ver de que forma se concretiza no terreno, "se é uma retirada real das tropas, ou uma simples reduçao do número de aviões".
"Devemos verificar a natureza desta decisão e do seu significado," referiu à imprensa em Genebra o porta voz da delegação do Alto Comité das Negociações, Salem al-Meslet.
RTP
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