O presidente Vladimir Putin da Rússia tornou-se foco de atenção global novamente nessa 5ª-feira, quando lá esteve, em seu encontro anual com cidadãos russos, pela televisão, em linha direta de perguntas e respostas, ao vivo. Apenas um dia antes, o Pentágono distribuíra um vídeo em que se veem jatos russos voando muito perto de um destroier dos EUA armado com mísseis teleguiados, ato que os EUA descreviam como "um ataque simulado".
Para o Pentágono, os jatos russos aproximaram-se perigosamente do USS Donald Cook, quando o destroier executava operações de voo com um helicóptero polonês no mar Báltico, na 2ª e na 3ª-feira. Num dado momento, os jatos chegaram à distância de apenas nove metros. Os EUA acusaram os militares russos de comportamento não profissional.
Os pilotos russos mostraram excepcionais capacidades profissionais, no comando de seus aviões naquelas manobras extremamente perigosas. Os militares dos EUA, cujo projeto era provocar os russos no Mar Báltico, acabaram, em vez de provocar quem fosse, humilhados pelos seus contrapartes russos. Os EUA devem estar furiosíssimos.
De certo modo, os jatos de combate que voaram sobre o destroier dos EUA são como uma metáfora, uma encarnação de Putin que, já há tantos anos, vem impondo com extrema habilidade desafios que sempre surpreendem Washington. A resposta de Putin à arrogante pressão dos EUA ajudou seu país a alcançar um interessante equilíbrio estratégico com os EUA.
Mas esse tipo de talento e sua coragem não bastam a Putin para preencher todo o seu papel presidencial.
Os russos lhe enviaram mais de 3 milhões de perguntas, que foram de carestia, moradia, corrupção até transportes. Os mais difíceis testes pelos quais Putin terá de passar ainda esperam resposta, na economia e nas dificuldades da vida diária dos russos. E esses problemas continuam a lançar sombras sobre as inegáveis vitórias diplomáticas que o Kremlin tem alcançado.
A economia está no ponto pior, desde que Putin assumiu o governo. O crescimento econômico negativo levou a queda nos padrões de vida. Enquanto alguns conjecturam se as dificuldades econômicas podem arranhar a reputação de Putin e pôr em risco a estabilidade política da Rússia, outros creem que Moscou é suficientemente forte e resistente para superar esses obstáculos.
O poder militar, que há muito tempo é um dos pilares da grande força da Rússia, desempenha hoje papel ainda mais significativo. Comparada à força militar, a economia russa já caiu abaixo das 'dez mais'. A balança comercial China-EUA é de $550 bilhões; o comércio entre Rússia e EUA é inferior a $20 bilhões. Sem muitas fichas econômicas, Moscou só pode jogar com suas fichas militares.
Por mais que China e Rússia enfrentem pressões estratégicas que Washington lhe faz, os laços específicos com os EUA, em cada caso, são diferentes. As relações sino-EUA dão-se em escala gigante, manifestando simultaneamente relações de cooperação e de concorrência. Como no taichi, a China vale-se de muitos meios flexíveis para encaminhar suas questões com os EUA.
É difícil decifrar integralmente a Rússia e o presidente Putin. A Rússia é mistério, para o ocidente e para o oriente. A verdadeira força dos russos é muito diferente da que se percebe à primeira vista. Se é Putin quem modela a Rússia contemporânea, ou o contrário, é questão interessante.
Traduzido pelo Coletivo Vila Vudu
Global Times, Pequim, Editorialhttp://www.globaltimes.cn/
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