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domingo, 10 de abril de 2016

Rússia expulsa do círculo do poder exclusivista ocidental

9/4/2016, Global Times, Pequim
Traduzido por Vila Vudu
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A Rússia anunciou mais cedo que estabelecerá uma força de Guarda Nacional de 400 mil soldados sob liderança direta do presidente Vladimir Putin. A mídia-empresa ocidental viu aí um sinal dos graves desafios políticos que a Rússia enfrenta.

À parte ser repetidamente descrito pelo ocidente como “ditador”, agora o presidente Putin está sendo acusado de possuir bens de origem ilícita no exterior, que seriam administradas por amigos seus.

Na Rússia, o presidente Putin goza da aprovação de 80% dos cidadãos. Mas a imprensa-empresa ocidental o mostra como tão “mau” quanto o governante líbio Muammar Gaddafi ou o iraquiano Saddam Hussein.

A União Soviética já não existe há muito tempo. A Rússia adotou sistema de eleições copiado do ocidente. Mesmo assim a reputação da Rússia nunca melhora aos olhos do ocidente. O ódio que havia contra a União Soviética parece ter-se transferido para a Rússia.

O ocidente tolera outros estados ex-soviéticos, como o Azerbaijão e o Cazaquistão, mas a Rússia é eterna exceção.

Moscou sacrificou muito, para reduzir o nível de tensão com o ocidente. Primeiro, cedeu Estônia, Latvia e Lituânia. Depois, toda a União Soviética foi desintegrada. O Partido Comunista foi dissolvido. Mas a Rússia continua a ser alvo da hostilidade dos países da OTAN.

Basicamente, a causa é a Rússia ainda ser grande potência. Seu território atravessa Europa e Ásia. É herdeira do poder nuclear da União Soviética e ainda tem capacidade para confronto de mútua destruição garantida com os EUA.

O poder militar russo provoca ansiedade no ocidente. Não conseguem olhar para a Rússia com os mesmos olhos complacentes que têm para outros fragmentos da União Soviética, que eles mesmos ajudaram a introduzir no mundo controlado pelo próprio ocidente.

Desde Pedro o Grande, os russos sonham com integrar-se com o ocidente. Mas já sofreram numerosos reveses. A linha dura de Putin pode ser um revide, depois que o ex-governante Boris Yeltsin não teve sucesso em seus esforços para abraçar o ocidente. Essa reação pode ser parcialmente emocional e resposta à necessidade percebida de restabelecer uma linha defensiva.
O sistema ocidental não é tão aberto quanto tantos esperavam. Os interesses centrais formam um círculo duro, quase impenetrável. Sequer o Japâo foi plenamente admitido naquele círculo duro – e mais parece hoje um país sub-ocidental sob ocupação dos EUA.

A Rússia é dolorosa lição de uma grande potência que tentou copiar e seguir o ocidente, e despertou para ver que pode ter ficado sem nada.

Grandes países certamente enfrentam concorrência geopolítica. E os EUA sempre tentarão enfraquecer quaisquer concorrentes.

A China é hoje a segunda maior economia do mundo. Não cabe esperar que nosso caminho torne-se mais suave. Ao contrário, tudo indica que o país provavelmente se converterá em alvo de ações do exclusivista poder ocidental.

Temos de estar preparados.

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