(30-03-2016) O presidente Mauricio Macri chegou à fazenda do questionado empresário Joe Lewis, na Patagônia, a bordo do helicóptero privado do britânico. Ninguém pode dizer quém pagou esse serviço. A raíz de uma situação similar, foi processado Amado Boudou, pelo delito de “dádivas”.
O fim de semana passado, gerou polêmica a hospedagem do presidente Macri junto a sua família na fazenda patagônica do multimilionário Joe Lewis, que possui um processo aberto por ter privatizado o acesso ao Lago Escondido, próximo a El Bolsón. Macri tinha chegado ao lugar à bordo do helicóptero privado do magnata, a invés de utilizar o Tango 01. Mas isso não é tudo: agora, também, resulta que ninguém sabe dizer quém pagou por essa viagem.
Consultado sobre o assunto, o administrador de Lewis, Nicolás Van Ditmar, tentou justificar a situação e terminou dando informação que complica ao presidente. “Mauricio é um amigo da família Lewis há 11 anos, desde antes que ser presidente e que seja chefe de governo da Cidade”, revelou. E logo disse que a viagem nesse helicóptero “custa 5 mil dólares a hora” e que “o serviço foi faturado mas não se faturou a Presidência”. Quém o pagou então?
O delito de dádivas viola o artígo 18 da Lei de Ética Pública, que estabelece que os funcionários “não poderão receber presentes, obséquios ou doações, sejam de coisas, serviços ou bens, com motivo ou em ocasião do desempenho de suas funções”. Dito delito teve presença mediática há poucas semanas quando o ex-vice-presidente Amado Boudou foi processado por ter usado de forma gratuita, em 2011, o avião privado de uma construtora, para assistir a um ato.
Em ambos casos, se trata de funcionários de governo que, tendo a disposição meios de transporte oficiais, optam por utilizar aviões ou helicópteros privados de empresários que recebem ou buscam receber favores do governo.
Sem ir mais longe, o deputado da Frente para a Vitória por Río Negro, Martín Doñate, declarou em Rádio 10 que “Lewis é dono de empresas prestadoras de serviços que foram beneficiadas com os tarifaços que autorizou o presidente“. Outra notícia recente que mostra o vínculo entre eles foi a nomeação da ex-porta-voz de Lewis, Dalila Pinacho, como diretora da Rádio Nacional Neuquén.
O FpV apresentará uma denúncia à Oficina Anti-corrupção que dirige Laura Alonso para que investigue o assunto. Mas tudo ficará entre amigos: Alonso, além de ser membro do PRO da primeira hora, lhe deve, a sua vez, ao presidente um grande favor: ter modificado o decreto que estabelecia que o titular de dita oficina devia ser advogado, para que ela, que é licenciada em Ciências Políticas, pudesse assumir o cargo.
Fonte: enorsai.com.ar
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