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domingo, 15 de maio de 2016

The Saker: Na Síria, a Rússia defende a civilização - e o Ocidente se alinha aos bárbaros.


O recente concerto promovido pela Rússia em Palmira foi evento impregnado de profundo simbolismo. Mesmo tendo sido os sírios que liberaram a antiga cidade e mesmo que os russos tenham apenas providenciado apoio, esse apoio foi crucial e, além disso, não foi apenas Palmira que a Rússia salvou, mas a nação síria em si mesma. Pode-se mesmo argumentar que os russos em Palmira não salvaram apenas a Síria, mas toda a civilização.

Imagine-se como um extraterrestre observando nosso planeta a partir do espaço. Você não apenas presenciaria as inacreditáveis atrocidades cometidas pelos psicopatas comedores de fígado do Estado Islâmico, mas também poderia observar que o Império que governa grande parte do planeta e a assim chamada civilização ocidental, que moldou o mundo moderno mais que qualquer outra, dão total apoio ao Estado Islâmico.


Você poderia ver os mísseis TOW dos Estados Unidos usados contra o único exército capaz de se erguer contra o Estado Islâmico e você veria todos os países que formam o assim denominado “concerto da nações” (excluindo-se apenas cerca de 1/3 dos países do mundo) clamando pela derrubada do presidente da Síria, mesmo tendo ele sido eleito de forma legal e legítima e mesmo que isso signifique ver a bandeira negra do Estado Islâmico desfraldada sobre Damasco.

Você poderia ser espectador do genocídio de cristãos, enquanto o mundo (supostamente) cristão olhava para o lado e o genocídio de todos os muçulmanos não Takfiris enquanto o mundo (supostamente) muçulmano também olhava para o outro lado. Você poderia assistir ao auto descrito “Líder do Mundo Livre” condenar uma intervenção extremamente militar limitada da Rússia e poderia ver um membro da mais poderosa aliança militar global (Turquia) fazer milhões de dólares comercializando petróleo roubado, junto com o Estado Islâmico.

Esta listagem poderia continuar de forma indefinida, mas penso que podemos concordar que qualquer observador extraterrestre que estivesse vendo tudo isso poderia ser assaltado por um ataque de nojo pela raça humana.

Mas então, você poderia ver um país – a Rússia – não apenas ajudando a libertar a velha cidade histórica de Palmira das garras das bestas demoníacas que tentaram destruí-la, bem como possibilitando o retorno de seus habitantes ao limpar o terreno das minas e explosivos ali deixados. Finalmente, você veria a Rússia trazer seus melhores músicos para render uma comovente homenagem àqueles que foram mortos e torturados não apenas pelo Estado Islâmico, mas também por aqueles que criaram e sustentam essa organização terrorista, que seja, o Império Anglo Sionista.

Penso que tem uma grande significação que o concerto não tenha sido iniciado com obra de compositor russo. Em vez disso, os russos escolheram começar com uma obra pungente de Johann Sebastian Bach: sua famosa “Chaconne”, Partita para solo de violino nº 2 em ré menor, BWV 1004. Yehudi Menuhin chama a Chaconne de “a mais grandiosa estrutura para violino solo jamais escrita” e o violinista Joshua Bell tem dito que a Chaconne “não apenas se trata de uma das maiores peças musicais jamais escritas, mas uma das maiores realizações de qualquer homem na história da humanidade. Trata-se de uma peça emocional e espiritualmente forte, com estrutura perfeita.”

Não se trata de coincidência. Os russos escolheram um dos grandes compositores da humanidade, e dele, uma de suas maiores composições para mostrar, acredito, que a humanidade não é apenas horror, maldade, mentiras e morte, mas que a civilização ocidental também produziu algumas das mais refinadas, espirituais e belas obras de arte de todos os tempos. Apenas a música transcendental de Bach poderia representar uma voz poderosa a levar beleza para o mesmo lugar onde o Estado Islâmico organizara execuções em massa. A mensagem é a seguinte: “vocês querem destruir a civilização e a beleza – e nós te mostramos Bach!”

Usar Bach como “arma de civilização” é tão importante neste contexto quanto os SU-34 e mísseis de cruzeiro foram para a “guerra cinética” contra o terrorismo.

É nada menos que irônico que a Rússia, que nunca fez parte efetivamente do “Mundo Ocidental”, tivesse sido a única a levar Bach até as ruínas de Palmira. Tivessem os (norte)americanos resolvido organizar um concerto, eles jamais se incomodariam com Palmira ou com o povo sírio – levariam as canções de Toby Keith (cantor de músicas country – NT) para os soldados dos Estados Unidos em uma base militar qualquer (ou fariam algo semelhante). Os russos, por outro lado, tocaram Bach em Palmira.

Hoje, a Rússia se tornou o padrão da civilização. Até mesmo da ocidental.

The Saker, The Duran

tradução de btpsilveira


blogdoalok

3 comentários:

  1. Muito bom. Ao menos aqui na net pode-se ver parte de todo o trabalho duro mas providencial de ajuda que o povo Russo (cidadãos que aprovam as medidas do governo, soldados envolvidos e o próprio governo dirigido por Putin) deu à Síria. Exemplo de assistência técnica, ajuda humanitária, com civilidade e cultura. A mídia televisiva no Brasil deveria dar espaço notório para essas notícias, já que o Brasil integra o BRICS.

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  2. Este comentário foi removido pelo autor.

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  3. A maioria da mídia brasileira está mais preocupada em derrubar governos que não são alinhados com os anglo sionistas do que em mostrar nações que lutam pelo bem no mundo,na liberdade de escolha e que lutam contra os imperialistas.Nossa mídia sempre foi contra os BRICS,o regime de partilha do pré-sal,sub-nuclear e todo tipo de projeto ou parceria que beneficia-se nosso país.

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