Ministro da Defesa Manohar Parrikar deu a declaração sobre o andamento do contrato do Rafale em cerimônia de apresentação em voo do treinador turboélice indiano HTT-40
O novo treinador turboélice indiano fez o seu “voo inaugural” diante de autoridades nesta sexta-feira (já havia feito o primeiro voo de testes no fim do mês passado), mas boa parte das atenções da mídia do país, em relação ao reequipamento de sua força aérea, continuam focadas no contrato do Rafale.
É o caso de reportagem do jornal Indian Express publicada hoje, 17 de junho, que aproveitou a cobertura da cerimônia do voo do treinador para destacar, com muito mais ênfase, declaração do ministro da Defesa Manohar Parrikar de que as negociações para a compra de 36 caças franceses Dassault Rafale “estão a caminho de chegar à conclusão”.
O preço, sempre o preço – Esse caminho ainda parece ter o preço como obstáculo pois, segundo o jornal, o ministro disse que os dois lados ainda precisam chegar a uma decisão sobre o preço. Parrikar afirmou: “É uma grande compra, temos que ser cuidadosos e qualquer economia de 0,1% representa centenas de crores (múltiplo da moeda indiana, a rúpia). Então é preciso exercitar a paciência.” Sobre ser paciente, ele completou: “Esperamos por 15, 16 anos… Eu acho que agora estamos a caminho de chegar à conclusão.”
As declarações foram dadas à imprensa após o ministro testemunhar, em Bangalore, o primeiro voo do treinador turboélice HTT 40, desenvolvido localmente – a sigla significa “Hindustan Turbo Trainer 40”. A reportagem do jornal foi acompanhada da foto abaixo, na qual o ministro da Defesa recebe, das mãos do “chairman” da fabricante estatal HAL (Hindustan Aeronautics Limited), T. Suvarna Raju, uma maquete da aeronave.
O voo inaugural do treinador – Já o jornal Business Standardfoi um pouco mais generoso quanto a informações sobre o novo treinador biposto projetado pela HAL, que realizou seu voo inaugural diante de autoridades (foto do alto, divulgada pelo jornal) tendo nos comandos os capitães C Subramaniam e Venugopal.
Porém, o primeiro voo de testes da aeronave deu-se ainda no final do mês passado, como destacou o jornal.
Equipe jovem cumpriu promessa em 31 de maio – O ministro Parrikar aproveitou a ocasião para congratular a equipe responsável pela aeronave: “Eles me prometeram que em um ano voariam o avião, em junho passado, quando a Defesa afirmou que compraria um mínimo de 70 aviões. Apesar de fazermos essa inauguração em 17 de junho, o avião na verdade voou pela primeira vez em 31 de maio, então eles cumpriram a promessa”.
O desenvolvimento da aeronave, a cargo da mais jovem equipe da empresa estatal (com idade média de 30 anos), levou pouco mais de dois anos, e a HAL pretende obter a certificação operacional por volta de 2018.
Nacionalização e preço mais barato – A HAL informou que o HTT-40 tem índice de nacionalização de aproximadamente 80%, e que 50% de todos os seus componentes são fabricados por empresas privadas.
Um acordo formalizado com o Ministério da Defesa, segundo a empresa, prevê o fornecimento de 70 treinadores HTT-40 à Força Aérea Indiana, número que o jornal diz ter sido atingido com cortes na encomenda de treinadores estrangeiros – em relação aos quais o HTT-40 custaria 25% menos. Vale lembrar que o turboélice de treinamento estrangeiro encomendado pela Índia é o Pilatus PC-7 Mk II (veja segunda matéria da lista ao final).
Pra variar, o Brahmos – Mesmo trazendo boas informações sobre o HTT-40, a reportagem do Business Standard não fugiu à tendência da mídia local de mudar o assunto para equipamentos mais “poderosos” da área de defesa. Um desses assuntos foi a visita de Parrikar ao Vietnã, no início do mês.
Segundo o ministro, o anfitrião expressou interesse em comprar o míssil de cruzeiro supersônico Brahmos, e que um grupo foi formado para discutir os requerimentos do Vietnã e tomar uma decisão.
Um pouco mais sobre o HTT-40 – Já o jornal indiano que trouxe uma reportagem bem mais focada sobre o treinador foi oFinancial Express. Numa matéria com 10 fatos sobre a aeronave, alguns se somam às informações já trazidas pelas outras mídias. Um desses fatos é que o uso do avião é voltado para o primeiro estágio do treinamento de cadetes do ar das três forças armadas indianas – mas também pode realizar o treinamento básico, que inclui acrobacias, voo por instrumentos, navegação, voos noturnos, formaturas cerradas, entre outros.
Ainda segundo o jornal, o projeto buscou incluir iniciativas como modelagem digital, uso de modelos matemáticos e painel composto totalmente de telas digitais (glass cockpit), e há provisão de que possa ser equipado com armamentos, para emprego como aeronave de ataque leve. O peso do avião é de cerca de 2.800kg, e seu motor turboélice é da classe de 950hp.
Até o momento, o protótipo (visto na foto abaixo) já realizou sete voos, um dos quais sob forte chuva, e iniciou as provas de estol e parafuso.
FOTOS ADICIONAIS: Força Aérea Francesa e Brahmos Aerospace
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