Caças Rafale do Exército do Ar francês
Por Roberto Lopes
O governo indiano está propondo à Administração François Hollande e ao Grupo Dassault, a aceitação de um “desconto final” de 1,5 bilhão de Euros (1,656 bilhão de dólares) no preço total da aquisição que pretende fazer de 36 caças-bombardeiros Rafale.
Os franceses resistem. Lembram que já admitiram baixar o preço das aeronaves em quase 2 bilhões de Euros, e que o limite a que podem descer nessa negociação é o dos 7,895 bilhões de Euros (8,717 bilhões de dólares) alcançado em abril passado.
Curiosamente, a melhor arma dos vendedores do Rafale é a demora nessas discussões finais.
Isso porque a Força Aérea Indiana está pressionando o ministro da Defesa Manohar Parrikar a concluir a operação de compra o mais rápido possível, em razão da crescente desincorporação de aeronaves de origem russa que por seu desgaste e obsolescência, já não podem mais ser mantidas nos seus esquadrões.
Em muitos pontos da Índia os velhos caças de origem russa MIG-21 já foram transformados em peças de museu ou monumentos defronte a prédios militares
Ajustado o preço, a compra dos Rafale ainda terá que ser apreciada pelo Ministério das Finanças e pelo Comitê de Segurança do Gabinete de Ministros indiano, mas essa burocracia não deve representar um atraso significativo.
Compensações – Os indianos já obtiveram dos franceses uma cláusula de offset equivalente a 50% do valor da compra (seja ele qual for), mais a criação de oportunidades de negócios para pequenas empresas indianas no montante de 3 bilhões de Euros e o compromisso de abertura de milhares de novos postos de trabalho no setor produtivo indiano. Como isso será feito – ou medido – nenhuma das partes envolvidas sabe, ao certo, dizer… Mas negociações são assim…
A oferta dos Rafale à Aviação Militar da Índia já comemorou cinco aniversários; e a reta final da negociação completa, este mês, o seu primeiro ano de vida. Tudo por causa dos “descontinhos”.
Inicialmente a Dassault Aviation, fabricante dos caças, concordava em reinvestir na Índia somente 30% do valor final de sua venda, mas uma conversa telefônica, ano passado, do Primeiro-Ministro indiano Narendra Modi com o seu colega presidente François Hollande elevou o offset do negócio ao patamar dos 50%.
Hollande e Modi nas Nações Unidas
No âmbito dos 30% iniciais estão, por exemplo, a ajuda francesa para revisar os planos da mal-sucedida turbina aeronáutica indiana Kaveri e outros desenvolvimentos no campo aeroespacial. Os 20% restantes dizem respeito à fabricação, em território indiano, de componentes para os caças Rafale. Peças e equipamentos de marcas famosas da indústria de Material de Defesa francesa: Safran, Thales, MBDA e Dassault.
É claro que os franceses não estão aceitando as imposições de Nova Déli sem ter um plano em mente.
No caso, o que eles esperam é que, premiados com uma parte minoritária da produção de peças para os caças, os indianos se disponham a encomendar um segundo lote de caças franceses – já que a expectativa original era de que a Dassault pudesse vender não 36, mas 120 jatos Rafale aos militares da Índia.
Plano Brasil
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