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sábado, 16 de julho de 2016

Lejeune Mirhan: Exército turco está irremediavelmente dividido

Militares que tentaram executar golpe de Estado se rendem na Turquia 
Militares que tentaram executar golpe de Estado se rendem na Turquia
O exército que tem sido guardião da constituição desde 1921 com Mustafa Kemal Ataturk, o fundador da Turquia Moderna, parece irremediavelmente dividido; fala-se em 65 generais presos (metade do oficialato) e três mil oficiais militares.

Qualquer que seja o desfecho, Erdogan sairá desgastado desse processo. Ele sonhava restabelecer o Califado Otomano e ser o novo sultão; vem quebrando a cara; virou as costas para o seu povo, para a Ásia e Oriente Médio, para os muçulmanos, para os árabes e fez seu maior objetivo na vida ingressar a Turquia na União Europeia (da OTAN a Turquia já é membro).
Erdogan apoiou, financeiramente, taticamente com meios de inteligência, o famigerado e terrorista Estado Islâmico (que nem é estado e nem é islâmico); isso significou apoiar e difundir o terrorismo que ceifou centenas de milhares de vidas de sírios/as e agora ceifa vidas na própria Turquia e na Europa.
Erdogan deve rever seus acordos com Israel, que persegue diariamente, oprime, massacra, o povo palestino; deve manter equidistância com o próprio Ocidente, em especial com os EUA e melhorar suas relações com a Rússia.
Sobre a Síria, a verdade é que Erdogan será um dos últimos chefes de estado que desde 2011 vinham defendendo que “Assad tem que sair” (Assad must go); em completo desrespeito às leis internacionais, o que Erdogan pregava era e continua sendo uma total ingerências nos assuntos internos de país soberano, aliás, o último e mais soberano naquelas bandas do mundo árabe.
Fala-se na imprensa mundial que o golpe teria o dedo do líder oposicionista exilado nos EUA, Fathulah Gullen e do Movimento Hizmet; é bom que se esclareça, tanto o movimento quanto Fathulah possuem excelentes relações de intercâmbio com o Instituto FHC.
O nosso Partido irmão da Turquia, o PC Turco, entre outros pontos de vista joga toda a culpa pela instabilidade e pela tentativa de golpe no governo e no seu partido, o AKP (Partido da Justiça e Desenvolvimento).
*Sociólogo, professor, escritor e Arabista. Colunista da Revista Sociologia da Editora Escala e do portal Vermelho. Foi professor de sociologia e ciência política da Unimep (1986-2006). Foi presidente da Federação Nacional dos Sociólogos (1996-2002) e do sindicato dos Sociólogos do Estado de São Paulo (2007-2010). Recebe mensagens pelo correio eletrônico lejeunemgxc@uol.com.br.

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