M-98 (foto) foi alvo de ataque fatal pelo alemão U-144 durante conflito Foto:Arquivo
Às vésperas da Segunda Guerra Mundial a frota de submarinos da Marinha soviética era a maior do mundo. Em termos numéricos, ela tinha mais que o dobro de submarinos da Marinha dos Estados Unidos e quase o quádruplo da alemã (Kriegsmarine).
Mas as tarefas dessa frota eram bastante restritas. Devido a sua posição geográfica, a União Soviética não podia lutar pela supremacia nos oceanos, já que tinha saídas para o mar aberto apenas em duas regiões.
Navios e submarinos da Frota do Mar Negro em missão em 1942 Foto: Aleksandr Sokolenko/RIA Nôvosti
Assim, não havia possibilidade de implantar uma infraestrutura naval completa nem na região do círculo polar, nem no Extremo Oriente. Restavam apenas os mares fechados - Negro e Báltico. Após o início da guerra, acreditava-se que a Marinha Soviética pudesse atacar as comunicações marítimas do inimigo justamente nessas áreas.
A URSS não podia competir em força com os navios de superfície alemães. Além disso, a participação da Grã-Bretanha, que tinha a maior frota do mundo, malograva as perspectivas soviéticas.
O mais prudente então era aprimorar a frota de submarinos: com custo relativamente baixo, era possível montar uma força poderosa o suficiente para desempenhar papel importante no cenário naval da guerra.
Combates subaquáticos
Historiadores revelaram recentemente um fato digno de nota, mas pouco conhecido do grande público: a Marinha soviética afundou mais submarinos alemães que os aliados ocidentais. Dos nove submarinos da Kriegsmarine afundados, quatro foram destruídos por submarinos soviéticos. A Marinha da URSS, por sua vez, perdeu apenas três.
Os militares travavam verdadeiros combates subaquáticos nas águas geladas do mar Báltico e do mar de Barents. Um dia após o ataque alemão à União Soviética, o submarino alemão U-144, aproveitando-se de sua superioridade em armamentos, afundou o soviético M-98.
O próprio U-144, porém, seguiu o mesmo destino pouco mais de um mês depois. Próximo ao litoral da Estônia, o submarino soviético "Schuka" não deu chances ao capitão alemão, com disparos certeiros de dois tubos de torpedos.
Dois anos depois, outro combate terminou com vitória soviética. O U-639 alemão, que tinha emergido e se ocupava em dispor minas no mar de Barents, foi atingido por três torpedos soviéticos. A ação era totalmente inesperada para a tripulação alemã.
Armas subaquáticas da URSS
Os submarinos soviéticos agiam com rapidez e eficiência nas batalhas da Segunda Guerra Mundial.
Os submarinos da série “Maliútka” ("Pequenino") dificilmente poderiam ser classificados como "terríveis". Compactos a ponto de serem transportados por via férrea, eles sacrificavam não só o conforto da população, mas também sua segurança.
Submarino Maliútka fotografado na foz do rio Kopi Foto: Aleksêi Mejuiev/TASS
Esse submarino tinha apenas uma central energética, seu grau de resistência não lhe permitia mergulhar a profundidades aceitáveis para a realização de combates e uma tempestade severa poderia, literalmente, quebrá-lo ao meio.
Mas as falhas técnicas eram compensadas pelo treinamento da tripulação, e foram eles que derrubaram mais de 60 embarcações de transporte e 8 de navios de guerra inimigos.
Os submarinos soviéticos do tipo “S” ou "Srêdniaia” ("Médios"), eram uma novidade para a época. Mesmo não podendo usar todas as suas potencialidades de combate nas águas rasas e densamente minadas do mar Báltico, seus feitos impressionam.
Por ironia do destino, os protótipos dos submarinos do tipo "S" foram os análogos alemães. Mas os construtores navais soviéticos alteraram significativamente o projeto original, adaptando-o a equipamentos e armamentos nacionais.
O resultado foram submarinos versáteis e tão fortes que, durante a guerra, um deles foi submetido a quase cem ataques por bombas de profundidade e não sofreu qualquer dano.
gazetarussa
Nenhum comentário:
Postar um comentário