A sequência mostra o “mock-up” de um Harpoon Block II e, abaixo, uma das unidades indianas da classe Shishumar
Por Roberto Lopes
Em um esforço de contrabalançar a ameaça potencial representada pelos submarinos nucleares chineses no Oceano Índico, a Administração do Primeiro-Ministro Narendra Modi firmou, na última quinta-feira (30.06), um acordo de governo a governo com a Alemanha, no sentido de que o estaleiro estatal da cidade indiana de Mumbai seja capacitado a fazer a modernização de dois dos quatro submarinos de ataque diesel-elétricos indianos da classe Shishumar.
No curso das negociações para que o tratado fosse alcançado, o Ministério da Defesa da Índia deixou claro que considerava natural estabelecer parceria com o grupo alemão ThyssenKrupp Marine Systems (TKMS), já que os navios a serem atualizados são dois IKL 209/1.500 germânicos.
O ponto alto do serviço, avaliado em 35 milhões de Euros – o equivalente a 38,98 milhões de dólares –, é a instalação, nas embarcações, da interface mecânica e eletrônica necessária ao disparo dos mísseis anti-navio Harpoon Block II, fabricados nos Estados Unidos.
Além disso, o contrato prevê que os alemães treinem os técnicos indianos na conservação do seu novo sistema de armas.
O Harpoon Block II é um vetor de 4,62 m de comprimento cujo peso varia dos 526 aos 690,8 kg. Ele opera em qualquer em tempo e é capaz de alcançar alvos além do horizonte.
Projeto P75(I) – Durante a negociação com Nova Déli, Berlim também ofereceu aos indianos prepara-los para que, no futuro, eles estejam aptos a integrar quaisquer mísseis em plataformas navais – inclusive o novíssimo míssil supersônico indo-russo BrahMos.
O Diretor Gerente do Grupo ThyssenKrupp na Índia, Gurnad Sodhi, comemorou a concretização do acordo para o upgrade nos IKL indianos: “Nós temos a capacidade de integrar qualquer sistema de armas que tenha sido selecionado pela Marinha Indiana, inclusive nos nossos submarinos. Temos feito isso de forma bem sucedida em embarcações similares de outras Marinhas ao redor do mundo. Estamos felizes de participar desse projeto de integrar mísseis Harpoon em dois dos quatro SSK indianos”.
Sodhi, o homem da TKMS na Índia
De acordo com a agência de notícias DNA India, nos bastidores a TKMS sugeriu ao Ministério da Defesa indiano experimentar a integração do míssil indo-russo BrahMos no moderno submarino alemão Tipo 214; e, a partir daí, fazer a parceria avançar rumo ao Projeto P75(I) da Marinha indiana, que prevê a construção – em , em Mumbai ou qualquer outra cidade que possua um estaleiro em condições adequadas –, sob o guarda-chuva governamental denominado Make in India (“Faça na Índia”), a construção de seis novos submarinos de ataque.
A Força de Submarinos indiana opera, no total, quatro barcos tipo IKL 209/1.500, conhecidos como classe Shishumar – Shishumar (S44), Shankush (S45), Shalki (S46) e Shankul (S47) –, comissionados entre setembro de 1986 e maio de 1994.
O IKL 209 “Shishumar”, da Armada indiana
Assim, nos últimos 30 anos, os alemães vêm provendo apoio logístico e diferentes tipos de treinamento aos submarinistas da Índia, o que gerou uma grande aproximação entre os chefes navais indianos e a TKMS.
Tênder – No Ministério da Defesa, em Nova Déli, as aparições de submarinos chineses no Índico causam preocupação cada vez maior.
Ano passado um submersível diesel-elétrico da classe Song, acompanhado de um destróier, permaneceu docado, por alguns dias, em um terminal de contêineres operado pela iniciativa privada chinesa na cidade de Colombo, capital do Sri Lanka.
Mais tarde, um submarino nuclear da classe Shang incursionou por águas vizinhas ao mar territorial indiano, acendendo um alerta nos serviços de monitoramento marítimo da Índia.
Os indianos também ficaram sobressaltados quando a Marinha da China designou um tênder de submarinos para participar das buscas aos restos do jato da companhia aérea da Malaísia que fazia o voo MH-370 e desapareceu misteriosamente.
Plano Brasil
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