Jacques Sapir, Hipotheses, Russeurope
Traduzido pelo Coletivo Vila Vudu
Eleições locais em Berlim, realizadas domingo, mostram a erosão do apoio a Angela Merkel e o crescimento do controverso partido dito "populista", "Alternativa para a Alemanha" [al. nos gráficos: AfD]. A Alemanha parece agora, ela também, muito sensível à onda dita "populista". Seria virada considerável. É visível que o consenso humanista não resistiu ao choque da realidade, na questão dos refugiados.
Em Berlim, o "Alternativa para a Alemanha" surge na Assembleia local com 14,2% dos votos, enquanto a "União Democrata Cristã" [al. nos gráficos: CDU] de Merkel chega ao pior resultado de sua história. Análise das zonas eleitorais mostra que "Alternativa para a Alemanha" obteve os melhores resultados no nordeste e leste de Berlim. E chega perto disso nas zonas nas quais o Partido da Esquerda [al. nos gráficos: Linke, A Esquerda], surgido da cisão à esquerda do Partido Social-democrata [al. SPD] é o mais importante. Parece que esses dois partidos, apesar das posições opostas na questão de acolher os refugiados, prosperam dentro do mesmo eleitorado.
Gráfico 1
Eleitores nas 1.779 zonas eleitorais pesquisadas (Berlim)
Mas é importante deixar claro que os partidos derrotados nessa eleição foram União Democrata Cristã, Partido Social-Democrata e os Verdes. O Partido Social Democrata mantém suas posições no antigo reduto operário de Spandau. Pode-se ver a diferença também de resultados entre a antiga "Berlim-ocidental" e a antiga "Berlim-oriental". Vale para os resultados do Partido da Esquerda [al. Die Linke], que recebeu votações muito diferentes nas duas áreas, mas vale também para os votos dados a "Alternativa para a Alemanha" [al. AfD]. Mais de 25 anos depois da reunificação, continua a haver diferenças marcadas de cultura política entre o oeste e o leste da Alemanha (lição importante, que tem a ver também com a União Europeia).
Gráfico 2
Em Berlim ex-Oriental
Em Berlim ex-Ocidental
Também é muito significativo que o partido "Alternativa para a Alemanha" ultrapasse o Partido Social Democrata no voto operário; e o mesmo acontece ante a social-democracia, no voto dos desempregados. Vê-se assim que o eleitorado de "Alternativa para a Alemanha" é eleitorado essencialmente popular e operário.
Gráfico 3
Voto operário
Voto dos desempregados
De modo muito geral, e deixando de lado o caso de Berlim, as estatísticas compiladas por Coralie Delaume mostram que (1) a "União Democrata Cristã" perde claramente terreno desde o início de 2016, bem como o Partido Social Democrata (exceto na área de Renânia-Palatinat). (2) É massivo o avanço de "Alternativa para a Alemanha"; e (3) o Partido de Esquerda perde impulso e velocidade, exceto em Berlim. O crescimento na votação de "Alternativa para a Alemanha" faz-se ao mesmo tempo à custa dos "grandes partidos" e do Partido da Esquerda, o qual, no caso de Berlim, compete diretamente (sem sucesso) com "Alternativa para a Alemanha" [al. AfD].
Gráfico 4
Resultados das eleições locais de 2016 (via Coralie Delaume)
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quarta-feira, 21 de setembro de 2016
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Alemanha: uma virada? Por Jacques Sapir
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