Financial Times: Nord Stream 2 visa punir a Ucrânia - Noticia Final

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quinta-feira, 29 de setembro de 2016

Financial Times: Nord Stream 2 visa punir a Ucrânia

Membro da equipe construtora do projeto Nord Stream
A decisão da empresa estatal russa Gazprom de realizar de modo independente o projeto do gasoduto Nord Stream 2 (Corrente do Norte 2) é ditada por razões não comerciais mas sim geopolíticas, escreve o jornal Financial Times.

A empresa decidiu avançar de maneira autônoma após a decisão do regulador antimonopólio polonês, que desaprova a criação de uma empresa conjunta da Gazprom e de cinco companhias europeias, escreve a edição.


Com isso, a empresa russa julga que os parceiros europeus “encontrarão uma forma de contribuir para o projeto”.

Os políticos alemães, incluindo Angela Merkel, parecem apoiar o projeto. Segundo eles, o gasoduto vai permitir evitar os riscos de trânsito que Europa enfrentou em 2006 e 2009 durante as disputas entre a Rússia e a Ucrânia. Ex-embaixador da Bulgária na Rússia Ilian Vassilev julga que esta ideia de realização independente do projeto está no limiar de “excessivo otimismo”, tendo em conta o estado financeiro da Gazprom.

Esta situação, junto com o avanço do projeto de Turkish Stream (Corrente Turca), mostra que a política de exportação da companhia russa é determinada por razões geopolíticas, lê-se no artigo. As iniciativas da Gazprom visam privar a Ucrânia de estatuto de país de trânsito de combustíveis até o ano de 2019 (neste ano terminará o contrato de trânsito com Kiev).

Maros Sefcovic, o comissário europeu da Energia chamou este projeto de “punição da Ucrânia”. Segundo ele, o gasoduto Corrente do Norte 2 contradiz os objetivos da União Europeia (de criar uma união energética). O ex-embaixador Ilian Vassilev vê outra razão – o desejo da Rússia de criar uma nova “aliança estratégica” com a Alemanha, país que no futuro pode se tornar um centro de trânsito para o gás russo. O projeto Nord Stream 2 visa fornecer 55 bilhões de metros cúbicos de gás russo por ano à UE através do Mar Báltico e da Alemanha, contornando a Ucrânia.

Sputnik

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