EMB-145 AEW da Força Aérea da Índia
Por Roberto Lopes
O ministro da Defesa da Índia, Manohar Parrikar, disse neste domingo (11.09) ao jornal The Hindu – diário em língua inglesa da cidade de Chennai – que pode acionar o Central Bureau of Investigation – uma Polícia Federal indiana que funciona nos moldes do FBI americano – para que proceda a uma investigação sobre a suspeita de pagamento de propina, por parte da indústria brasileira Embraer, para concretizar, em 2008, a exportação de três aeronaves EMB-145 AEW (Alerta Aéreo Antecipado) para a Aviação Militar Indiana.
“Pedi à DRDO [Organização para o Desenvolvimento e Pesquisa de Defesa, órgão do Ministério da Defesa] que me envie um relatório completo sobre o negócio até segunda-feira [hoje]”, declarou o ministro durante uma entrevista na cidade de Vadodara, no estado de Gujarate. “Vou estudar o relatório antes de fazer qualquer declaração concreta sobre o assunto. Mas posso dizer-lhe que, se houver um “ângulo de crime” acerca dele, vou entregar o caso ao CBI”.
O ministro indiano Parrikar
Os três aviões da Embraer custaram aos cofres indianos 208 milhões de dólares. Eles começaram a ser entregues em fevereiro de 2011 mas, até hoje, não estão operando plenamente, devido a reconfigurações e experimentos que os especialistas indianos estão fazendo em suas aparelhagens eletrônicas.
Fevereiro de 2011: Representantes do governo de Nova Déli recebem a primeira aeronave AEW fornecida pela Embraer
Na entrevista em Vadodara Parrokar admitiu à imprensa de seu país que não estava “plenamente consciente das nuances” da operação comercial que aconteceu há oito anos, mas garantiu: “se houver questões processuais [a serem esclarecidas] um inquérito interno será ordenado”.
Ainda no domingo a agência de notícias indiana Express News Service (ENS) divulgou que a DRDO solicitara esclarecimentos à Embraer.
As autoridades de Nova Déli querem mais informações a respeito de uma investigação do Departamento de Justiça dos Estados Unidos sobre a suposta rotina de pagamento de propinas por parte da Embraer para a finalização de negócios de exportação. A companhia brasileira já foi condenada no caso de uma venda de turboélices Super Tucano à Aviação Militar da República Dominicana, e agora tem, sob suspeita, as operações de exportação de aeronaves AEW para a Índia e de jatos executivos para a Arábia Saudita.
O pagamento das propinas envolveria um escritório de consultoria econômica sediado em Londres.
Plano Brasil
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