O L-15A/JL-10 chinês estacionado na Base de Changchun
Por Roberto Lopes
O custo unitário do jato supersônico Hongdu L-15A Falcon, na faixa dos 16 milhões de dólares, está levando a cúpula da Força Aérea Uruguaia (FAU) a considerar seriamente a compra da aeronave.
Entre os dias 11 e 21 de agosto, um grupo de aviadores militares uruguaios esteve na linha de produção do aparelho, nas instalações da CATIC (China National Aero Technology Import & Export Corporation), em Pequim, para se inteirar das suas mais recentes características e capacidades.
Os uruguaios puderam, inclusive, fazer voos no jato, para testar sua manobrabilidade.
O L-15A é impulsionado por duas turbinas ucranianas
Foi a segunda vez que pilotos da FAU inspecionaram o L-15. Em outubro de 2011 eles já haviam feito uma primeira visita à CATIC, mas o equipamento encontrava (como encontra ainda) séria resistência de um grupo de altas patentes da FAU, que gostariam de manter o elemento de combate da sua Aviação Militar mobiliado com aeronaves de tecnologia ocidental – mesmo que esses aviões fossem de segunda mão e não exatamente baratos.
Em 2011 o preço unitário do Falcon estava na casa dos 14,6 milhões de dólares. Mesmo assim, em fins de 2014, a FAU esteve a ponto de concretizar a importação de dez caças F-5E dos estoques da Força Aérea da Suíça, que sairiam, cada um, por 10 milhões de dólares.
O-F-5E suíço que quase foi parar no Uruguai…
O negócio só não avançou porque uma vistoria de rotina detectou rachaduras estruturais em diferentes células do grupo de aparelhos que estava sendo aprontado para ser transferido à força aérea sul-americana.
Estima-se que, hoje, com todas as modernizações feitas no modelo L-15A, a aeronave esteja na faixa dos 16 milhões de dólares.
Em 2014 a Força Aérea da Zâmbia comprou seis jatos L-15 por cerca de 100 milhões de dólares – o que dá um custo unitário no patamar dos 16,6 milhões de dólares.
Portas Abertas – O Falcon é um bimotor de treinamento avançado projetado pela Hongdu Aviation Industry Corporation, que voou pela primeira vez em março de 2006 e, em julho de 2013, começou a ser entregue à Força Aérea do Exército de Libertação Popular da China (PLAAF na sigla em inglês).
Mas sua imagem, “uniformizado” com a pintura azul da Aviação Militar chinesa, vinha sendo mantida afastada das câmeras de televisão e de fotografia.
Esse véu de proteção só foi removido muito recentemente, quando a imprensa encontrou um L-15A com as cores da Aviação Militar do seu país no evento Portas Abertas da Base Aérea Changchun, na Província de Jilin – nordeste da China –, entre os dias 1º e 4 deste mês.
Na Força Aérea chinesa ele foi rebatizado de JL-10.
Analistas ocidentais mantém a expectativa de que os chefes da Aviação chinesa usem o JL-10 como lead-in fighter trainer (LIFT), mas não excluam a possibilidade dele vir a ser empregado também como avião de ataque leve – exatamente a combinação de funções que parece interessar aos responsáveis pela Força Aérea Uruguaia.
Nesse quadro de emprego dual, a tarefa de adestramento dos pilotos chineses no voo a jato caberia ao Guizhou JL-9, que já se encontra em operação na Aviação Militar e na Aviação Naval dos chineses.
O treinador Guizhou JL-9
No caso das missões de combate o L-15A poderia receber mísseis ar-ar PL-8 e bombas guiadas por satélite tipo LS-6.
Um dado que parece importante para a Força Aérea da China, é o fato de que o JL-10 representa uma opção de baixo custo operacional para a fase de transição dos aviadores chineses até os modelos de combate mais avançados como o Chengdu J-10 e o Shenyang J-11.
O JL-10 é impulsionado por uma turbina ucraniana Ivchenko Progress AI-222K, mas a versão LIFT terá um motor tipo AI-222K-25F, com pós-combustão.
A indústria chinesa trabalha em um modelo de turbina aeronáutica designada WS-17 que, em tese, poderia substituir os motores ucranianos empregados no JL-10.
Plano Brasil
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