A Rússia precisa da base militar na cidade portuária síria de Tartus para proteger os seus interesses nacionais, mas isso parece irritar fortemente os EUA.
A base militar russa pode ajudar o país de neutralizar ameaças, melhorar a sua posição no Oriente Médio, reforçar a sua defesa e política externa, bem como prestar assistência técnica e logística às forças da Marinha russa presentes no Mediterrâneo…
Esta visão da situação atual foi partilhada por especialistas russos e estrangeiros com a mídia russa, inclusive com a agência Sputnik. Nomeadamente, esta é a opinião de George Messi, chefe do departamento de relações internacionais da Universidade Americana de Ciência e Tecnologia em Beirut (Líbano), que ele partilhou com a RIA Novosti: "Se a Rússia mais uma vez quer desempenhar um papel de relevo na área internacional, ela precisa desta base, primeiramente para proteger os seus interesses. <…> Os Estados Unidos possuem bases em todo o mundo. Por que razão a Rússia não pode ter pelo menos uma base no Oriente Médio?".
O editor-chefe do jornal National Defense, Igor Korotchenko, tem uma opinião semelhante, descrevendo à Sputnik a decisão russa de instalar a base em Tartus como um "ato de poder". O especialista acha que a base ajudará ao país a proteger os seus interesses nacionais e melhorar a a sua posição no Oriente Médio.
Além disso, Korotchenko crê que a base em Tartus permitirá prestar assistência técnica e logística às forças da Marinha russa presentes no Mediterrâneo. Juntamente com a base aérea de Hmeymim, a base em Tartus "reforçará a defesa da Rússia e a sua política externa", ajudando, ao mesmo tempo, a neutralizar qualquer tipo de ameaças.
Ele explicou que os EUA estão contra a base russa em Tartus primeiramente porque esta está localizada perto de Incirlik, onde estão militares da OTAN. Em termos militares e estratégicos, a criação da base russa em Tartus é algo extremamente perigoso para Estados Unidos e Israel. “É uma surpresa desagradável da parte de Moscou”, disse.
George Messi notou também que Washington não está feliz com a base russa no território sírio porque é isso é um ponto de discórdia entre os dois países, seja quem for o novo presidente. "Os americanos devem compreender que não estamos em 1990. A Rússia é mais forte agora. O Ocidente, em particular os EUA, devem admitir que Moscou acabou de criar uma nova realidade militar e política", notou.
Sputnik
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