Washington, 6 out (Prensa Latina) Novos elementos foram hoje divulgados sobre a detenção de um ex-contratado da Agência de Segurança Nacional (NSA) dos Estados Unidos, quem supostamente roubou e desclassificou documentos sensíveis dessa instituição de espionagem.
O FBI prendeu Harold T. Martin, de 51 anos, em 27 de agosto – ainda que só tenha divulgado informação agora – como suspeito de revelar códigos que a NSA usa para espionar as redes informáticas e sistemas de comunicações em geral de governos estrangeiros, publica nesta quinta-feira o jornal The New York Times. O Promotor Geral Assistente John Carlin confirmou ontem a detenção do ex-empregado que vive em Glen Burnie, estado de Maryland, e roubou ‘documentos classificados dos serviços de inteligência elaborados em 2014’.
A publicação desses textos revelaria detalhes sobre o uso de fontes, métodos e capacidades governamentais sensíveis que são de importância vital para uma ampla variedade de assuntos de segurança nacional.
Assim explica uma declaração de cinco páginas emitida na quarta-feira pelo Departamento de Justiça, depois que o Times notificou o Governo que publicaria um artigo sobre Martin.
O texto acusa o ex-empregado, também ex-oficial da Marinha estadunidense, de roubo de propriedade governamental, bem como de obter e reter materiais classificados, ainda que proporciona muito poucos detalhes sobre o conteúdo dos documentos supostamente roubados pelo réu.
Os federais descobriram na residência e no automóvel de Martin milhares de páginas de escritos, em sua maioria classificados, bem como dúzias de computadores e outros equipamentos eletrônicos também com uma quantidade considerável de informação digital sensível, mas mais de um mês depois de sua prisão, as autoridades não podem dizer se o acusado filtrou a documentação à imprensa, a passou a terceiros ou simplesmente as guardou sem um objetivo preciso.
Martin, que no momento de sua detenção trabalhava como contratado do Pentágono depois de sair da NSA, admitiu que não estava autorizado a tirar os arquivos.
Como o ex-contratado Edward Snowden, atualmente refugiado na Rússia, Harold trabalhou para a firma de consultoria Booz Allen Hamilton, que desenvolve e opera muitos dos instrumentos clandestinos usados por esse órgão de espionagem.
Snowden esteve em 2013 no centro de um escândalo depois de obter e eventualmente revelar à imprensa informação secreta sobre programas da NSA destinados a vigiar com métodos ilegais as comunicações eletrônicas de cidadãos norte-americanos e dezenas de Governos e líderes internacionais.
Grupos defensores das liberdades civis pressionam atualmente o presidente Barack Obama para que emita um perdão oficial a Snowden antes de deixar seu cargo em janeiro de 2017, mas a Casa Branca descarta essa possibilidade e enfatiza que o ex-funcionário colocou em risco a segurança nacional do país.
A NSA gastou em dois anos milhares de milhões de dólares para consertar os danos provocados pelas ações de Snowden, por isso o caso de Martin teria um impacto devastador para essa entidade e inclusive para a firma Booz Allen, cujos principais negócios são com as agências de espionagem, segundo informa o Times nesta quinta-feira.
Prensa Latina
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