O marqueteiro Duda Mendonça informou ao Ministério Público Federal que recebeu da Odebrecht, por meio de caixa dois, parte dos pagamentos de trabalhos realizados na campanha de Paulo Skaf (PMDB), ao governo de São Paulo, em 2014.
O peemedebista preside a Fiesp (Federação das Indústrias do Estado de São Paulo).
A confissão do recebimento de recursos não declarados à Justiça Eleitoral faz parte de uma tentativa de delação premiada que o marqueteiro vem negociando com procuradores há cerca de dois meses.
Duda decidiu procurar a PGR (Procuradoria-Geral da República) depois de ser informado que seu nome e o episódio constarão na delação da empreiteira Odebrecht na Operação Lava Jato.
A construtora teria repassado o dinheiro para a campanha política do então candidato peemedebista para quitar despesas de marketing, por meio do Setor de Operações Estruturadas, que, segundo as investigações, seria o departamento de propinas da empreiteira.
Segundo a Folha apurou, o marqueteiro foi representado por advogados no Ministério Público Federal em duas ocasiões até o momento.
Na primeira vez os advogados apresentaram o interesse do marqueteiro em fazer um acordo e, na segunda, levaram um escopo do conteúdo com que Duda poderá colaborar com os investigadores da Lava Jato.
A PGR, porém, ainda não se manifestou efetivamente sobre se aceitará a delação. Dependerá de quão relevante serão as informações prestadas, na opinião dos procuradores, como em todas as propostas que chegam.
De acordo com a prestação de contas de Skaf em 2014 registrada no Tribunal Superior Eleitoral (TSE), a Votemim Escritório de Consultoria Ltda, de Duda Mendonça e outros sócios, recebeu sete pagamentos oficiais, totalizando o montante de R$ 4,1 milhões.
A conta dos serviços de marketing da campanha, porém, superou este valor segundo apurou a Folha. O restante foi desembolsado para Duda por meio de caixa dois.
A Folha apurou ainda que o então candidato foi informado na época que o PMDB nacional ficaria responsável pelas negociações dos pagamentos pendentes, o que foi acertado com a Odebrecht.
Na eleição, Skaf ficou em segundo lugar, perdendo já no primeiro turno para Geraldo Alckmin (PSDB).
Na 35ª fase da Lava Jato, em setembro, a PF tentou cumprir mandado de condução coercitiva de um dos diretores de uma das empresas de Duda, José Eugênio de Jesus Neto, mas ele estava fora do Brasil. Jesus Neto apareceu em relatório do Ministério Público Federal como tendo sido receptor de dinheiro em espécie da Odebrecht. Folha
quinta-feira, 3 de novembro de 2016
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O homem do pato, Paulo Skaf, no caixa dois da Odebrecht
O homem do pato, Paulo Skaf, no caixa dois da Odebrecht
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