Em nova frente de investigação, a Lava Jato em Curitiba mira o antecessor do engenheiro Paulo Roberto Costa na Diretoria de Abastecimento da Petrobrás, Rogério Manso, por suspeita de envolvimento em um esquema de pagamento de propinas na área de compra e venda (trading) de combustíveis e derivados de petróleo da estatal petrolífera. Manso foi apontado por delatores como um o nome ‘do PSDB’ na Diretoria (...)
A PORTARIA QUE INSTAUROU O INQUÉRITO:
O inquérito foi instaurado em 29 de agosto de 2016 pela
delegada Erika Mialik Marena para apurar suspeitas de corrupção ativa e passiva, lavagem de dinheiro e formação de organização criminosa e tem como investigados, além de Manso, o ex-braço direito de Paulo Roberto Costa, José Raimundo Brandão Pereira, e o executivo Mariano Marcondes Ferraz – preso preventivamente no ano passado pela Lava Jato no Aeroporto Internacional de São Paulo, em Guarulhos, e que foi denunciado neste ano, acusado de pagar propina para Costa envolvendo um contrato no Porto de Suape.
Também são investigadas duas empresas multinacionais que mantiveram negócios com a Petrobrás na área de trading de combustíveis. Até o momento, contudo, apenas Marcondes foi denunciado pela força-tarefa em Curitiba. Após a prisão preventiva no ano passado, ele pagou uma fiança de R$ 3 milhões para deixar a cadeia. O executivo, contudo, está proibido de deixar o País.
Preso em março de 2014, ainda no começo da operação, Paulo Roberto Costa foi o primeiro delator da Lava Jato e revelou a existência de um organizado esquema de corrupção e loteamento político na estatal. Agora, a operação investiga se o seu antecessor teria participado de um esquema de corrupção que teria operado antes da chegada de Costa à Diretoria.
As citações a Manso surgiram nas delações premiadas de outro ex-diretor da Petrobrás, Nestor Cerveró, da área Internacional, e do ex-senador e também ex-diretor da estatal Delcídio Amaral (ex-PT e ex-PSDB, atualmente sem partido).
Ambos relataram que a área de trading era um ‘terreno fértil para ilicitudes’, pois os preços poderiam variar artificialmente gerando uma ‘margem para propina’. Cerveró disse que Manso ‘era do PSDB’ e que as negociações diárias ‘podem render milhões de dólares ao final do mês em propina’.
A DELAÇÃO DE DELCÍDIO SOBRE ROGÉRIO MANSO:
Delcídio também relatou em sua delação que, com a chegada de Paulo Roberto Costa à Diretoria de Abastecimento, em 2004, o ex-ministro da Fazenda do governo FHC Pedro Malan teria pedido ao então ministro da Fazenda Antonio Palocci que Manso (que supostamente teria chegado ao cargo de diretor de Abastecimento por indicação de Malan, segundo o delator) permanecesse na diretoria...
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Quando vieram à tona as delações citando seu nome, Rogério Manso disse que nunca precisou de apoio político para progredir nos 28 em que trabalhou na Petrobrás (ele foi diretor de Abastecimento de 2001 a 2004).Aqui estão todos os documentos do depoimento
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