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quinta-feira, 19 de janeiro de 2017

Por que Rússia não precisa de territórios dos seus vizinhos?

Em 16 de janeiro, foi lançado do cosmódromo de Plesetsk o míssil balístico intercontinental Topol-M que, à distância de seis mil quilômetros, atingiu seu alvo no polígono de Kura (península de Kamchatka) e confirmou a estabilidade de caraterísticas técnicas e de voo do míssil.
Sistema de lançamento de míssil balístico intercontinental Topol-M durante o ensaio para a parada militar no polígono de Alabino, região de Moscou, Rússia (foto de arquivo)
Mais cedo, a Rússia lançou com sucesso três mísseis balísticos intercontinentais, inclusive dois lançamentos submarinos – do submarino nuclear lançador de mísseis balísticos da Frota do Pacífico Georgy Pobedonosets e do submarino nuclear estratégico da Frota do Norte Novomoskovsk.


Possivelmente, tais lançamentos de mísseis não somente servem para testar a estabilidade dos sistemas e a segurança das decisões construtivas de armas estratégicas. Estes lançamentos demonstram o poderio econômico e capacidades tecnológicas da Rússia, delineando de forma realista a zona de segurança nacional, pensa o analista russo Aleksandr Khrolenko.

Hoje, muitos centros de pesquisa no Ocidente aspiram a fundamentar e provar que Rússia está condenada. A "demonização científica" passa por um período de florescimento.

Seguindo os exemplos do Afeganistão, Iraque, Iugoslávia, Líbia e Síria, o único "país excecional" tenta criar uma imagem da Rússia como Estado malfeitor, quase acusada de agressão genética e inclinação histórica para a subjugação dos vizinhos como meio de preservar seu próprio território, identidade nacional e riquezas naturais. Na opinião de Khrolenko, os especialistas mais qualificados nesta área são os da empresa de inteligência Stratfor.

A Stratfor explica aos vizinhos mais próximos da Rússia quem e porquê devem temer e odiar e porque devem aspirar a fazer parte da OTAN. Segundo a empresa norte-americana, como a Rússia está bloqueada por todos os lados, tem uma única opção para se proteger – expandir suas fronteiras à conta de seus vizinhos. A Stratfor cita mesmo alegadamente a imperadora russa Catarina II para o confirmar. Esta teoria quase científica faz o leitor pensar que uma Rússia forte é perigosa e uma Rússia fraca ainda é mais perigosa, e que seria melhor se esse país não existisse. Entretanto, não há provas que a grande figura histórica russa tanha verdadeiramente dito isso, a autenticidade da citação provoca dúvidas.

Catarina II deixou uma marca importante na história na Rússia e foi uma política dura, mas nem ela promovia a política de colonização. Eram a Inglaterra, Alemanha, Espanha, França e Portugal que faziam isso. Khrolenko lembra outra citação da grande imperadora russa: "Não há outro povo, sobre o qual tenham sido inventadas tantas mentiras, disparates e calúnias, como o povo russo." Foi ela quem encontrou um meio mais eficaz para lidar com as más intenções da Europa – "o melhor exército de todo o mundo".
Desde o colapso da União Soviética, o território da Rússia diminuiu, mas ele ainda é o maior do mundo. É quase duas vezes maior que o dos EUA. A Rússia, que economicamente se tornou mais dinâmica e forte, não precisa de novos territórios.

As forças nucleares russas e tecnologias espaciais permitem dizer que no século XXI Moscou é capaz de controlar a paz no mundo não somente no seu território, mas muitos quilômetros para além do país sem precisar de quaisquer zonas de tampão. Os EUA chamam esta situação de "projeção de poder". Para a Rússia é mais urgente a projeção de segurança.

O analista disse, como exemplo, que da península de Kamchatka um míssil balístico intercontinental Topol-M pode atingir qualquer ponto dos EUA, para a Europa Ocidental bastarão os sistemas Iskander em Kaliningrado. Se as tropas da OTAN ficarem a centenas de quilômetros de Moscou, isso não é tanto uma pressão sobre a Rússia, como um problema perigoso para Bruxelas e Washington.
Khrolenko está seguro que qualquer provocação perto de Moscou pode ser anulada no local de seu planejamento ou centro de comando e não somente na região de uma operação militar da Aliança nos Países Bálticos ou na Ucrânia. Todos devem compreender que a Rússia não está interessada em conflitos regionais perto de suas fronteiras.

O analista conclui dizendo que o lançamento de mísseis a partir da zona europeia da Rússia para a Kamchatka nem é um aviso, mas um convite ao diálogo e cooperação sem condições prévias.

sputniknews

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