O Governo venezuelano manda tirar a CNN em espanhol do ar, chamando-a de “instrumento de guerra”

Autoridades da Venezuela ordenaram nesta quarta-feira a saída do ar da emissora de notícias CNN em espanhol, a principal da América Latina, acusada de fazer “propaganda de guerra” contra o governo.

Na quatra-feira, durante um discurso  televisivel, o presidente Nicolás Maduro atacou à emissora.

“Eu quero a CNN bem longe daqui. Eu quero a CNN fora da Venezuela, fora!”, expressou o governante socialista, que tampouco falou em medidas concretas.

O presidente da Venezuela, Nicolás Maduro, disse que a CNN é um “instrumento de guerra” depois que seu país tirou o canal em espanhol de ar.

Durante o discurso, Maduro afirmou que o canal estava espalhando “propaganda” sobre uma alegada rede de venda de passaportes falsos venezuelanos a cidadãos do Médio Oriente, e membro do Hezbollah através da embaixada do país no Iraque, acrescentando que o canal era um “instrumento de guerra nas mãos de verdadeiras máfias”.

Advertiu o presidente dos EUA, Donald Trump, a “abrir os olhos e ouvidos” diante de uma “política incorreta” adotada pela CNN e pelo Departamento de Estado dos Estados Unidos, que disse estar “promovendo uma intervenção geral e agressiva contra a Venezuela”.

O governo venezuelano emitiu uma declaração, anunciando que a Comissão Nacional de Telecomunicações do país havia ordenado “a suspensão imediata das emissões da CNN em espanhol”.

O ministro venezuelano de Relações Exteriores, Delcy Rodriguez, também tinha comentado o assunto que o governo havia “ordenado às autoridades competentes que tomassem medidas” contra o canal.

Em 6 de fevereiro, a CNN em espanhol transmitiu uma reportagem em que denunciou um caso de vendas na embaixada venezuelano em Bagdá de passaportes e visto a pessoas de origem árabe que poderiam estar relacionadas com o terrorismo. A notícia falava do vice-presidente venezuelano, Tareck El Aissami, como um dos responsáveis. O Departamento do Tesouro americano sancionou na segunda-feira El Aissami por suposta relação com o tráfico de drogas, o que Caracas considerou como uma “agressão” para desestabilizar o governo de Maduro.

Ela acrescentou que o relatório de 6 de fevereiro “estava baseado absolutamente em falsidades” e que o canal “lançou uma operação de guerra psicológica, uma operação de propaganda de guerra”.

Comissão Nacional de Telecomunicações (Conatel, governamental) decidiu “como medida preventiva a suspensão e a saída imediata das transmissões do Canal de Notícias CNN em espanhol no território nacional”, segundo um comunicado difundido pelo Ministério da Informação venezuelano.

Mais cedo, a chanceler venezuelana, Delcy Rodríguez, havia solicitado, em coletiva de imprensa, medidas contra a emissora, sem especificar quais atitudes esperava de parte do governo.

“A emissora de televisão CNN em espanhol iniciou uma operação de guerra psicológica, uma operação de propaganda de guerra, montada absolutamente em falsidades”, disse a chanceler.

“Solicitamos às autoridades venezuelanas competentes que tomem atitude a respeito. Esperamos ver a solução”, anunciou Rodríguez.

Segundo a chanceler, essa medida responde a uma “operação de propaganda de guerra” que busca “uma intervenção internacional” na Venezuela.

Rodríguez desqualificou o testemunho à CNN de Misael López, funcionário da embaixada venezuelana no Iraque entre 2013 e 2015, a quem chamou de “delinquente”.

A chanceler acusou López de ter tentado “roubar” a identidade do embaixador venezuelano no Iraque, Jonathan Velasco, para retirar fundos da missão diplomática em um banco de Bagdá, e sustentou que foi denunciado por assédio sexual por uma funcionária da delegação.

Rodríguez pediu à CNN que divulgue sua resposta à reportagem. “Aqui estão às provas, são obrigados a mostrá-las, não podem escapar”, desafiou.

parstoday.com

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