O primeiro voo do protótipo do novo bombardeiro russo de quinta geração PAK DA será realizado no início da próxima década, segundo uma fonte do complexo militar-industrial do país que não quis ser identificada.
Os PAK DA serão fabricados segundo o esquema "asa voadora", ou seja, sem empenagem e com asas separadas da fuselagem.
O avião poderá voar a uma velocidade supersônica de até 1.250 km/h Foto:Serguei Bobilev/TASS
O avião poderá voar a uma velocidade supersônica de até 1.250 km/h, o que é significativamente menor do que a do bombardeiro Tu-160, que hoje é a principal unidade de longo alcance da aviação russa.
Mais barato e seguro
"O Tu-160 foi criado para ultrapassar a defesa antiaérea do inimigo. Assim, graças à sua alta velocidade, o avião pode entrar na estratosfera e bombardear o território inimigo sem riscos, porque essa altitude é inatingível para interceptores ou mísseis", explica o professor da Academia das Ciências Militares da Rússia Vadim Koziúlin.
Hoje, a aviação russa tem poderosos mísseis de longo alcance Х-555 e X-101, com uma distância de voo de até 5.000 quilômetros. Assim, os bombardeiros estratégicos já não precisam das características do Tu-160. “Os bombardeiros estratégicos podem desempenhar suas funções sem deixar o território russo, sendo cobertos pelos sistemas de mísseis antiaéreas do país”, diz Koziúlin.
O armamento da aeronave será transportado dentro dos compartimentos internos, como exige a tecnologia Stealth.
Segundo o chefe do laboratório internacional de mecânica e sistemas de energia da Universidade das Tecnologias de Informação, Pável Bulat, o PAK DA não vai levar mais mísseis do que o Tu-160 ou outros aviões estratégicos russos. O peso de armamentos será de 40 toneladas. "O PAK DA poderá ser equipado com todos os tipo de munições nucleares ou convencionais: de perfuração, fragmentação etc", diz Bulat.
Atrasos no desenvolvimento
A criação do novo bombardeiro estratégico teve início em 2009, quando o fabricante do Tu-160 Tupolev recebeu o contrato. Inicialmente, o Ministério da Defesa queria realizar os voos de teste até 2020 e comprar os novos aviões até 2025. No entanto, o projeto foi adiado e o fabricante voltou a produzir a versão modernizada do Tu-160.
"Os americanos também começaram o desenvolvimento de bombardeiros da nova geração há 20 ou 30 anos. Tudo ocorre muito lentamente porque os americanos e os russos realmente não precisam de uma aeronave desse tipo. Os velhos B-52 norte-americanos e os Tu-160 russos continuam a resolver todos os problemas da tríade nuclear", completa Bulat.
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