História de como os neoconservadores tomaram os EUA (Parte 4) - Noticia Final

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sábado, 20 de maio de 2017

História de como os neoconservadores tomaram os EUA (Parte 4)

10/5/2017, Paul Fitzgerald e Elizabeth Gould, in Truthdig e The Vineyard of the Saker

Parte 4/4 – Estágio final da tomada dos EUA pelas elites 'maquiavélicas': de Trotsky a Burnham e de Burnham e 'Maquiavélicos' ao neoconservadorismo: fecha-se o ciclo do imperialismo britânico[9]


Traduzido pelo coletivo da vila vudu



Capa da edição de 1550 de "O Príncipe" de Machiavelli e "A Vida de Castruccio Castracani".

A recente afirmativa, pela Casa Branca de Trump de que Damasco e Moscou teriam distribuído "falsas narrativas" para desviar a atenção do mundo, de modo a que ninguém visse o ataque com gás sarin dia 4 de abril em Khan Shaykhun, Síria, é perigoso passo adiante na guerra de propaganda em torno de "fake news" lançada nos últimos dias do governo Obama. E é passo cujas raízes profundas na IV Internacional Comunista de Trotsky [muito mais, isso sim, de 'seguidores-deformadores' de Trotsky (NTs)] têm de ser bem compreendidas, antes de se decidir quanto ao que realmente se passa aí.
Agitando o lodo para turvar as águas com empenho jamais visto desde os anos do senador Joe McCarthy e do "Medo Vermelho" [ing. Red Scare] nos anos 1950s, a "Lei de Combate à Desinformação e à Propaganda" [ing. "Countering Disinformation and Propaganda Act" assinada e convertida em lei quase clandestinamente por Obama em dezembro de 2016 autoriza oficialmente a ação de uma burocracia de censores só comparável ao Ministério da Verdade que George Orwell nos mostra em seu romance 1984.

Referido como Centro de Engajamento Global (ing. "The Global Engagement Center"), o objetivo oficial da nova burocracia será "reconhecer, compreender, expor e trabalhar contra propaganda e desinformação promovida por estados e entidades não estatais estrangeiras que visem a agredir interesses da segurança nacional dos EUA." Mas o objetivo real desse centro absolutamente orwelliano será gerir, eliminar ou censurar qualquer visão que desafie a versão recentemente produzida em Washington da sua neoverdade; e intimidar, abusar ou encarcerar qualquer um que tente.

Como já demonstrado pelo ato do presidente Trump de disparar mísseis Tomahawk contra uma base aérea do governo sírio, é receita para guerra mundial e, gostemos ou não, essa guera já começou.

Esse mais recente ataque contra narrativas supostas falsas dos russos nos leva diretamente de volta para 1953 e o início da guerra cultural entre Leste e Oeste. As raízes dessa guerra estão no Congresso para Liberdade Cultural; no movimento de pivô, de James Burnham, saindo da IV Internacional de Trotsky para a ala direita dos conservadores; e na ascenção dos Maquiavelian de Burnham como força política. 

Como se lia já no livro A luta pelo mundo [The Struggle for the Worldde James Burnham, a 3ª Guerra Mundial já havia começado com a revolta dos marinheiros gregos de 1944 liderada pelos comunistas. No pensamento maniqueísta de Burnham, o ocidente estaria sitiado. A política de contenção da Guerra Fria, de George Kennan, não era diferente da política de appeasement [aprox. 'acalmamento': pacificação superficial (NTs)] de Neville Chamberlain. A détente com a União Soviética foi rendição. A paz não passaria de disfarce sob o qual se escondia a guerra de sempre, com a diferença de que a arma de guerra passava a ser a política, a subversão, o terrorismo e a guerra psicológica. A influência dos soviéticos tinha de ser detida e obrigada a retroceder em todos os pontos e aspectos da vida. Implicava subverter a União Soviética e aliados. E, implicava também, quando considerado necessário, subverter também democracias ocidentais.

A grande ironia dos esforços a que assistimos hoje, de Washington, nos estágios finais dos esforços para monopolizar a "verdade" e atacar todas e quaisquer narrativas alternativas não é tanto o desprezo absoluto por qualquer genuína liberdade de manifestação ou genuína liberdade de expressão. A maior ironia é que todo o "Manifesto Liberdade" que os EUA e Grã-Bretanha usam desde a 2ª Guerra Mundial jamais teve ou pregou qualquer tipo de liberdade real: sempre se tratou de venenosa sopa de conceitos elaborados em Psychological Strategy Board's (PSB) da CIA –, programa de ampla guerra psicológica que a CIA há muito tempo distribui pelo mundo – uma guerra que é feita igualmente contra amigos e inimigos.

CIA passaria a ver todo o programa iniciado com a Conferência de Berlim em 1950 como um marco na Guerra Fria, não só porque consolidou o controle da CIA sobre a esquerda não comunista e os intelectuais "livres" do ocidente, mas, também, porque capacitou a Agência para aprofundar o distanciamento entre europeus e americanos de um lado, e as respectivas próprias culturas locais de outro, de modo que nem eles próprios poderiam realmente compreender nem – e muito menos – criticar.

Como escreveu o historiador Christopher Lasch em 1969, sobre a cooptação pela CIA da esquerda norte-americana,


"O estado [capitalista] moderno (...) é uma máquina de propaganda que, alternadamente, fabrica crises e pretende que seria o único instrumento capaz de efetivamente lidar com aquelas crises. Essa propaganda, para ser bem-sucedida, exige a cooperação de escritores, professores, artistas [jornalistas], não como propagandistas pagos ou funcionários do estado voluntários ou obrigados, mas, sim, como intelectuais 'livres' capazes, cada um de policiar o próprio 'público', e de implantar no âmbito dessas diferentes profissões intelectuais, padrões aceitáveis de 'responsabilidade'."


Fator crucial para converter esses intelectuais "livres" em agentes contrários aos seus próprios interesses foi o programa doutrinário da CIA para transformar culturalmente o Ocidente, e que está contido no documentoPSB D-33/2. PSB D-33/2 antevê um "movimento intelectual de longo prazo para: romper padrões de pensamento doutrinário já mundiais" [o que seria obtido] "criando confusão, dúvida, perda de confiança" [com o objetivo de] "debilitar objetivamente o apelo intelectual da neutralidade e predispor os adeptos [orig. adherents] a aceitar o espírito do Ocidente"; predispor elites locais a aceitar a filosofia incorporada nos planejadores", ao mesmo tempo em que usar elites locais "ajudará a encobrir a origem norte-americana do esforço, de tal modo que pareça ser desdobramento local."

Apesar de se autoapresentar como antídoto contra o totalitarismo comunista, um dos críticos internos desse programa, o funcionário do PSB Charles Burton Marshall, via o PSB D-33/2 como assustadoramente totatiltário, ao interpor "um amplo sistema doutrinário" que "aceita a uniformidade como substituto aceitável da diversidade", que cobre "todos os campos do pensamento humano – todos os campos do interesse intelectual, da antropologia e criação artistica até a sociologia e a metodologia científica"; para concluir: "Nada poderia ser mais totalitário que isso."

O elitismo dos 'maquiavélicos' à Burnham é visível em cada entrelinha ou sombra do documento. Como se lê no livro de Frances Stoner Saunder, The Cultural Cold War,


"Marshall também partilhou a confiança que se constata no PSB em 'teorias sociais não racionais', que enfatizavam o papel de uma elite', num modo que faz lembrar Pareto, Sorel, Mussolini e outros'. E não são esses os modelos usados por James Burnham em seu livro Machiavellians? É muito provável que houvesse por lá um exemplar à mão, quando o PSB D-33/2 estava sendo redigido. Mais provavelmente, tinham ali, à mão, o próprio James Burnham."


Burnham estava mais que apenas à mão, quando se tratou de implantar secretamente uma filosofia de elitismo extremo na ortodoxia da Guerra Fria dos EUA. Com The Machiavellians,Burnham havia construído o manual que punha lado a lado a velha esquerda trotskysta e a elite anglo-americana de direita. O fruto dessa união volátil seria chamado de neoconservadorismo, cuja missão declarada seria fazer retroceder a influência soviética/russa onde quer que houvesse sinal dela. A missão clandestina, ocultada sob a missão declarada, seria reafirmar a dominação cultural britânica sobre o emergente império anglo-norte-americano e mantê-la mediante propaganda ininterrupta.

Porque o Departamento (secreto) de Pesquisa de Informação [Information Research Department, IRD] do Ministério de Relações Exteriores da Grã-Bretanha e da Commonwealth já trabalhava duro nessa tarefa desde 1946.

Raramente citado no contexto das operações secretas financiadas pela CIA, o IRD serviu como unidade clandestina de propaganda anticomunista, de 1946 até 1977.

Segundo Paul Lashmar e James Oliver, autores do livro Britain's Secret Propaganda War,


"a vasta empreitada que foi o IRD tinha um único objetivo: disseminar a propaganda que o órgão produzia sem cessar (i.e. um mix de mentiras descaradas e fatos distorcidos) entre jornalistas dos principais veículos que trabalhavam para as principais agências e revistas, dentre as quais Reuters e BBC, e para todos e quaisquer outros canais possíveis. Trabalhava no exterior para desacreditar os partidos comunistas na Europa Oriental que pudessem aspirar a obter alguma parcela de poder mediante processos inteiramente democráticos; e trabalhavam na Grã-Bretanha para desacreditar a esquerda britânica."


Esse Departamento de Pesquisa e Informação viria a ser uma máquina que quanto mais mentiras produzia mais se reabastecia de mentiras com as quais alimentava a extrema-direita da elite da inteligência internacional –, oferecendo informação inventada e distorcida para veículos "independentes" de notícias e simultaneamente se servindo das mesmas 'notícias' assim distribuídas como "prova" da veracidade da história inventada. Uma das empresas de fachada criadas para produzir falso 'noticiário' criada com dinheiro da CIA foi Forum World Features, operada por um seguidor de Burnham, Brian Rossiter Crozier

Descrito por Daniel Kelly, biógrafo de Burnham como "analista político britânico", verdade é que o legendário Brian Crozier operou por mais de 50 anos como um dos principais propagandistas e agentes secretos britânicos.

Se hoje ainda há quem se choque com opiniões enviesadas, xenofóbicas a denunciar incansavelmente alguma 'influência' russa sobre as eleições presidenciais de 2016 nos EUA, basta examinar a prateleira de trabalhos de Brian Crozier e ali encontrará todos os mapas de todos os caminhos do que continua a ser feito como ele planejou. Como nos disse um importante e conhecido oficial militar norte-americano durante a primeira guerra no Afeganistão em 1982, os EUA "não precisaram" de prova alguma de que os soviéticos usaram gás venenoso". – Exatamente como hoje não precisam de prova alguma para dizerem o que bem entenderem contra a Rússia. 

Crozier é mais adequadamente descrito como sonhador delirante, imperialista perigoso que atua e faz acontecerem as suas fantasias  à luz do dia e de olhos abertos. Desde o início da Guerra Fria até a morte, em 2012, Crozier e seu protegido Robert Moss fizeram propaganda a serviço dos ditadores militares Francisco Franco e Augusto Pinochet, organizaram grupos privados de inteligência para desestabilizar governos no Oriente Médio, Ásia, nas áreas latinas dos EUA e na África; além de trabalharem para deslegitimar políticos na Europa e na Grã-Bretanha que não lhes parecessem suficientemente anticomunistas. Missão do Instituto para Estudo de Conflitos [ing. Institute for the Study of Conflict (ISC)] de Crozier, inaugurado em 1970 era expor uma suposta campanha da KGB para subversão planetária e distribuir matérias para desmoralizar – como idiota, traidor ou espião comunista – quem criticasse o Instituto. 

Crozier considerava o livro The Machiavellians uma das principais influências formativas em seu próprio desenvolvimento intelectual; em 1976, escreveu que "na verdade, foi esse livro, mais que todos os demais, que pela primeira vez ensinou-me como [ênfase Crozier] pensar em política ". A chav e do pensamento de Crozier foi a distinção demarcada por Burnham entre significado "formal" do discurso político e o "real" – conceito que, claro, só as elites compreendiam bem. Em artigo de 1976, Crozier falou entusiasticamente sobre o modo como Burnham compreendia acertadamente a política, que lhe permitira varrer 600 anos de história; e o quanto o uso do "formal" para ocultar o "real" permanecia o mesmo, hoje, que havia sido quando usado pela mente medieval "presumivelmente iluminada de Dante Alighieri". 

"O ponto é tão válido hoje quanto foi nos tempos antigos e nas Idades Média florentinas, ou em 1943. Impressionante, que autores e oradores políticos usem ainda tanto o método de Dante. Dependendo do gráu de obnubilação exigido (pelas circunstâncias ou pelo caráter da pessoa), o divórcio entre o significado formal e o formal é mais ou menos absoluto."


Mas Crozier foi mais que apenas pensador estratégico. Foi agente político secreto de alto nível, que pôs o talento de Burnham para a ocultação e a obnubilação e sua experiência na IV Internacional a serviço de minar a détente e preparar o cenário para destruir a União Soviética.

Em reunião secreta num banco na City em Londres, em fevereiro de 1977 Crozier chegou a patentear uma organização de inteligência operacional do setor privado conhecida como a 6ª International (6I), para retomar as operações do ponto em que Burnham as deixara; politizar e, claro, privatizar muitos dos truques sujos que a CIA e outros serviços estatais de inteligência não podiam mais nem fazer nem ser apanhados fazendo. Como explicou em suas memórias Free Agent, o nome "6I" foi escolhido "porque a 4ª Internacional rachou. A 4ª Internacional era a trotskista, e quando rachou foi como se, no papel, houvesse cinco Internacionais. No jogo dos números, seríamos a 6ª Internacional, ou '6I'."

A cooperação de Crozier com numerosos vários "Congressistas hábeis e diligentes", bem como com "o notável general Vernon ('Dick') Walters, recentemente aposentado como vice-diretor da Inteligência Central (...) "cimentou a ascenção dos neoconservadores. Quando Carter afinal cedeu ao Team B e ao complô de seu Conselheiro de Segurança Nacional Zbigniew Brzezinski para atrair os sovietes para um Vietnã só deles no Afeganistão, ele completou a missão de Burnham e entregou o mundo aos Machiavellians sem que ninguém sequer percebesse. Como George Orwell escreveu em Second Thoughts on James Burnham, "O que mais Burnham deseja mostrar [em The Machiavellians] é que jamais existiu sociedade democrática e jamais existirá. A sociedade é oligárquica por sua própria natureza, e o poder da oligarquia sempre depende de força e fraude (...) Às vezes pode ser possível obter e preservar o poder sem violência; mas jamais sem fraude."

Hoje, o uso que Burnham deu ao tratado político de Dante, De Monarchia para explicar o entendimento medieval que tinha da política pode ser mais bem-sucedido se se usa a Divina Comédiade Dante, comédia de erros paranoica, na qual a porta do inferno abre-se para todos, inclusive para as elites, indiferente ao status. Ou como se lia gravado em pedra sobre o portão de entrada do Inferno, Lasciate ogne speranza, voi ch'intrate. "Abandonai, ó vós que entrais, toda a esperança!"*********




NOTAS

[1] Orig. Thruthdig em ing. Ilustração: "Portal do Inferno", de Gustave Doré, para Dante Alighieri, "Inferno", Divina Comédia.
[2] Esse grupo Time-Life tem presença ativíssima no nascimento do Grupo Globo, BR, em 1962:
"No dia 24 de julho de 1962, Roberto Marinho firmou um acordo de assistência técnica com o grupo de comunicação norte-americano Time-Life, proprietário de alguns canais locais de TV nos Estados Unidos. (...) Apesar de o contrato, garantir que Time-Life não teria qualquer interferência direta ou indireta na direção ou administração da TV Globo, sua legalidade foi questionada pelo então governador do Rio, Carlos Lacerda (...). A briga foi parar no Congresso e na televisão. O argumento dos inimigos do acordo era de que o contrato feria o artigo 160 da Constituição brasileira, que proibia a participação de capital estrangeiro na gestão ou propriedade de empresas de comunicação. Roberto Marinho enfrentou uma CPI (Comissão Parlamentar de Inquérito), instaurada em 1965 para verificar a constitucionalidade do contrato. Dois anos depois, o acordo foi considerado legal" [Encontra-se informação valiosa sobre esse processo, que acompanha passoa a passo a gestão do golpe de 1964-1968, em SILVA, Carlos Eduardo Lins da, 1985, Muito Além Do Jardim Botânico.Um estudo sobre a audiência do Jornal Nacional da Globo entre trabalhadores, São Paulo: Summus Editora [em https://www.skoob.com.br/livro/14831#_=_ (NTs)]
[3] Orig. em ing. Ilustração: An 1898 cartoon features newspaper publishers Joseph Pulitzer and William Randolph Hearst dressed as a cartoon character of the day, a satire of their papers’ role in drumming up EUA public opinion for war by Leon Barritt(Wikimedia))https://commons.wikimedia.org/wiki/File:PulitzerHearstWarYellowKids.jpg
[4] Para compreender o argumento q se desenvolve nesse artigo, é preciso saber (ou recordar) a luta feroz, sangrenta, que se travou por todo o planeta entre Stálin e Trotsky (q Stálin conseguiu afinal assassinar à distância, dia 21/8/1940, em Coyoacán, México). Alguma coisa dos fundamentos históricos (mais do que teóricos, embora também haja diferenças teóricas de interpretação do marxismo) dessa luta aparece em O Trotskismo a Serviço da CIA Contra os Países SocialistasMARTENS, Ludo, 20/10/1992, em marxists.org. Mas é discussão política e histórica muitíssimo complexa, que nos artigos aqui traduzidos é só apontada, muito de longe.

Nesse artigo, os autores argumentam que o deslizamento das agências de segurança nacional dos EUA na direção do totalitarismo e do belicismo e da fúria contra a Rússia – que hoje se manifestaria de modo tão terrível na loucura contra Putin – teria sido induzido (se não diretamente causado) pela infiltração, naqueles órgãos, nos anos 50, de um grupo de intelectuais trotskistas [furiosamente anti-stalinistas]. Interessante. Mas é preciso saber muito, de várias coisas, para que se possa avaliar mais corretamente o argumento aqui desenvolvido, e ver nele algum efetivo ponto de vista de 'equilibração' – o qual, nessa questão, implica esclarecer posições históricas de Stálin (e até de Mao Tse Tung). Interessantíssimo, sem dúvida, mas trabalhosíssimo ! [NTs]
[5] Nesse argumento há um quase imperceptível deslizamento de significados: até aqui, o argumento só falava de trotskistas, os quais absolutamente jamais foram russofóbicos, nem anti-soviéticos: sempre foram, isso sim, furiosamente anti-Stálin. Por causa de deslizamentos desse tipo, é que o argumento desenvolvido nesse artigo está sempre pendurado por um fio... [NTs]
[6] Orig. ing. Ilustração "The Evil Spirits of the Modern Day Press" [Os Espíritos Malignos da Imprensa de Massas Diária]. Puck (revista norte-americana), 1888).
[7] Nesse "O profeta astuto" ouvem-se ecos dos títulos dos três volumes da monumental biografia de Trotsky, escrita por Isaac DeutcherO profeta armado [1879-1921] (1954), O profeta desarmado [1921-1929] (1953) e O profeta banido [1929-1940] (1963) [NTs].
ATENÇÃO A dialética confrontacional e adversária de Trotsky não é "contra a União Soviética", mas concentradamente anti-Stálin. Se a dialética confrontacional e adversária desse Burnham for mesmo "contra União Soviética", os autores desse ensaio ficam nos devendo pelo menos uma 'passagem' do argumento: como, quando, por quais artes, o movimento trotskista anti-Stálin teria sido convertido em movimento anti-soviéticos e, em seguida, em movimento xenófobo anti-russos nos EUA. Quando? (NTs)
[8] Orig. "By Hook or by Crook", trocadilho intraduzível, com o nome de [Sidney] Hook e a palavra crook. Em 2017, a palavra "crooked" [torto/torta, pervertido/pervertida, dado/dada a trapacear] reapareceu no léxico político de campanha eleitoral nos EUA, aplicada por D.Trump à sua concorrente (crooked) Hillary [NTs].
[9] Orig. ing. Ilustração: Capa da edição de 1550 de Il Principe i La Vita di Castruccio Castracani da Lucca, de Maquiavel.


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