Dado que o país de ideologia juche é um dos mais fechados do mundo, sabe-se muito pouco sobre suas verdadeiras capacidades militares, e ainda menos sobre sua frota de submarinos. Consequentemente, é possível que, em caso de um conflito armado, Pyongyang pegue seu inimigo de surpresa.
O colunista da Sputnik, Ilia Plekhanov, em seu recente artigo, explica o que pode estar escondido por atrás dos bastidores norte-coreanos.
Em 2 de maio, a mídia 38 North, que monitora a situação política e o estado das Forças Armadas da Coreia do Norte, informou ter descoberto a segunda plataforma de balsa norte-coreana para lançamento de mísseis balísticos através de fotos de satélite.
A existência da primeira balsa deste tipo na Coreia do Norte foi revelada em 2014. Especialistas norte-coreanos e americanos consideram que a maioria dos lançamentos de mísseis balísticos é realizada a partir destas plataformas, e não de submarinos, como afirmam autoridades norte-coreanas.
Especialistas reconhecem, porém, que cedo ou tarde a Coreia do Norte conseguirá levar a cabo lançamentos bem-sucedidos a partir de submarinos, depois que realize vários lançamentos a partir de plataformas. Em 2014, especialistas avaliaram que Pyongyang necessitaria de 2 a 3 anos para alcançar esta tecnologia.
A mídia National Interest assegura que, na década de 90, vários submarinos soviéticos do projeto 629, que são capazes de lançar mísseis balísticos, foram retirados do serviço. As causas de tal decisão ainda estão incertas.
É possível que, entre 2012 e 2014, a Coreia do Norte tenha iniciado a construção dos seus próprios submersíveis Gorae. Este navio poderia lançar um ou dois mísseis balísticos de 10 a 15 metros de profundidade, ou seja, sendo necessário se aproximar da superfície da água para fazê-lo. Destaca-se que os submarinos modernos podem lançar mísseis a partir de 50 metros de profundidade.
Não há dados exatos sobre o Gorae. Quanto seu espeto visual, é parecido com submarinos iugoslavos da classe Sava. O alcance do submersível norte-coreano não supera 750 milhas náuticas (quase 1.400 km), com velocidade de 20 nós (37 km). Na verdade, nunca foi confirmado que a Coreia do Norte possui um submarino deste tipo. Além disso, supõe-se que há outros cinco.
Especialistas americanos não veem muito sentido em usar o Gorae, já que este submarino ultrapassado não vá ser capaz de realizar missões de longo alcance, por exemplo, para poder levar a cabo um ataque nuclear preventivo ou um ataque de represália.
Além disso, não poderá sair despercebido do seu porto, nem sequer se proteger pelo sistema de defesa antiaéreo norte-coreano, isto é, será eliminado em instantes.
O autor do artigo também recordou que, durante as manobras norte-coreanas, os submarinos passam apenas de 3 a 5 dias no mar antes de regressar a seus portos. Não obstante, caso a Coreia do Norte, de algum modo, consiga sair discretamente do seu refúgio, seria uma missão suicida somente de ida para lançar mísseis contra instalações americanas no Japão.
As mídias também sublinham que o Gorae pode ser usado para provas de mísseis ou, a longo prazo, para a criação de novas gerações de submarinos norte-coreanos, desta vez mais sofisticados.
Hoje em dia, a frota submarina da Coreia do Norte conta com uma quantidade de 52 a 67 (segundo diversas fontes) submersíveis diesel e diesel-eletrônicos.
De acordo com dados do Pentágono, no ano de 2015, Coreia do Norte contava com 70 submarinos de projetos diferentes. Outras fontes também informaram sobre a construção de submarinos "falsos", ou seja, réplicas de submersíveis para confundir o inimigo.
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