Paul Craig Roberts. Katehon
tradução por btpsilveira
A paisagem (norte)Americana tem sido desoladora desde que os neoconservadores tomaram conta da política externa dos EUA durante o regime Clinton e começaram duas décadas de crimes de guerra que definem o que é o século 21 para os Estados Unidos e desde que as grandes corporações do país traíram a força de trabalho da nação, movendo os empregos (norte)americanos para a Ásia.
O quadro se tornou ainda mais sombrio quando o regime Obama fez renascer a Ameaça Russa e elevou às alturas a perspectiva de um conflito militar entre duas potências nucleares.
A Europa foi surpreendida no meio da confusão. Em circunstâncias normais os países europeus deveriam insistir com Washington para que cessasse as provocações gratuitas contra a Rússia.
Acontece que não existe isso de “circunstâncias normais”. Desde o final da Segunda Guerra Mundial, os países europeus têm sido vassalos submissos sem independência econômica ou política externa.
A Europa abriga bases militares dos Estados Unidos que ameaçam a segurança da Rússia. O continente tem apoiado as guerras de agressão de Washington contra a Sérvia, Afeganistão, Iraque, Líbia, Síria, os ataques dos EUA contra províncias do Paquistão e o uso da Arábia Saudita por Washington para lutar uma guerra por procuração contra o Iêmen.
Têm ainda apoiado as sanções econômicas gratuitas dos Estados Unidos contra o Irã e a Rússia, sanções estas que custaram muito para a Europa e pouco para os EUA.
Acostumada a impor sua vontade aos europeus, Washington compromete a Europa sem sequer consultar os governos vassalos. Mas desta vez parece que a extraordinária arrogância e húbris de Washington deu com os burros n’água. Confrontada com uma nova rodada de sanções contra a Rússia, Jean-Claude Juncker, presidente da Comissão Europeia disse a Washington que já passou o tempo em que Washington podia colocar seus interesses em primeiro lugar, desprezando os interesses europeus.
As novas sanções terão consequências devastadoras, econômica e politicamente para a Europa. Juncker disse que “se as preocupações europeias não forem tomadas suficientemente em conta, estaremos prontos para agir de forma apropriada, dentro de alguns dias”.
Os ministros de relações exteriores da Alemanha e da França acrescentaram seu apoio a Juncker. O ministro alemão disse: “não faz parte dos direitos dos (norte)americanos julgar ou estipular como as companhias europeias devem entrar em cooperação com terceiros – particularmente com as companhias energéticas russas”.
O ministro francês de relações exteriores disse que “as sanções contradizem a lei internacional” devido ao seu “alcance extraterritorial”.
A Europa vê corretamente as sanções como sendo uma ferramenta da política industrial dos Estados Unidos para alavancar os interesses do comércio (norte)americano em detrimento dos interesses comerciais da Europa.
Vamos esperar agora que a arrogância de Washington não lhe permita recuar e que a Europa lhe mostre o dedo médio em riste, desligando-se do Império (norte)Americano. Sem a Europa para abrigar suas bases militares e papaguear sua propaganda enganosa, a capacidade de Washington de ameaçar a Rússia pode declinar significativamente. De fato, uma continuação da atitude ameaçadora de Washington contra a Rússia pode deixar os Estados Unidos isolados no mundo. Nenhum país quer se arriscar a enfrentar uma guerra nuclear só para fazer os gostos do unilateralismo dos Estados Unidos.
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