Traduzido por Coletivo de tradutores Vila Vudu
O Conselho de Segurança da ONU aprovou por unanimidade dia 5/8/2017 a imposição de duríssimas sanções econômicas contra a República Popular Democrática da Coreia, RPDC, porque o país recusa-se a desistir de desenvolver seu programa nuclear com função de conter outras potências nucleares.
Pyongyang, República Popular Democrática da Coreia, depois de atacada por aviões norte-americanos, em 1950
O Conselho de Segurança é dirigido por cinco membros permanentes com poder de veto: EUA, França, Grã-Bretanha, Rússia e China. Outros dez países integram também o Conselho de Segurança, mas só por dois anos e sem poder de veto.
Os cinco membros permanentes do Conselho de Segurança são as potências mais nuclearmente armadas de todo o planeta.
Os EUA iniciaram a corrida nuclear armamentista, e são o único país que algum dia disparou bomba atômica – para matar mais de 200 mil civis japoneses no final da 2ª Guerra Mundial. Embora a Guerra Fria já não faça sentido há muito tempo, os militares dos EUA ainda mantêm cerca de 7 mil ogivas nucleares perfeitamente operacionais.
É terrível hipocrisia que essas potências nucleares acusem hoje a República Popular Democrática da Coreia, RPDC, de agir de modo "irracional" e "agressivo" por cuidar de manter sob seu controle uma arma de contenção que manterá sempre longe de lá as demais potências nucleares agressoras! E que vergonha que China e Rússia, dois países que desafiaram os EUA e construíram, eles também, as respectivas defesas nucleares, tenham acompanhado o voto dos imperialistas norte-americanos!
De 1950 até 1953, os EUA tentaram por todos os modos aniquilar a República Popular Democrática da Coreia – que sofreu o mais pesado bombardeio concentrado dos EUA contra qualquer outro país, em todos os tempos.
E embora as bombas fossem convencionais, a ameaça de que seriam usadas armas nucleares foi repetida várias vezes durante a Guerra da Coreia, especialmente pelo general Douglas MacArthur.
O povo da República Popular Democrática da Coreia combateu com coragem impressionante. Até que os EUA foram forçados a desistir de conquistar o país e de derrubar o governo que lá havia. Os EUA assinaram um acordo de armistício em 1953, mas jamais normalizaram as relações com a RPDC. Ao contrário, o Pentágono sempre manteve forte presença ao sul da República Popular Democrática da Coreia, e manteve armas nucleares estacionadas lá até que massivos protestos da população da Coreia do Sul obrigaram os EUA a retirar de lá aquele armamento.
Tudo isso é convenientemente omitido do noticiário distribuído pela mídia-empresa dos EUA, enquanto acusam os líderes da Coreia do Norte de agir irracionalmente, ao trabalhar para reforçar as próprias defesas. Alguém se lembrou de exigir racionalidade e destruição das próprias defesas, a MacArthur ou ao presidente Harry Truman ou a algum dos outros líderes imperialistas que incontáveis vezes empregaram os mais horrendos métodos militares? E nunca os empregaram para autodefesa. Empregaram os mais horrendos métodos militares para impor a dominação imperial dos EUA a grande parte do mundo.
O governo Trump e os generais do Pentágono – que lá estão, ocupando cada dia mais cargos na Casa Branca – provavelmente supuseram que essa Resolução do Conselho de Segurança da ONU intimidaria os coreanos do norte.
Não intimidará. Muito longe disso.
Aqui alguns excertos de declaração distribuída pelo governo da República Popular Democrática da Coreia, reagindo ao voto do Conselho de Segurança:
"A 'resolução das sanções' da ONU é flagrante violação da soberania [da RPDC] e aberto desafio contra o país.Ponham fim às ameaças de guerra! Fora EUA! EUA afastem-se para sempre da República Popular Democrática da Coreia!
"O acesso da RPDC ao mais decisivo recurso nuclear é medida justa e legítima de autodefesa para proteger contra os atos arbitrários e unilaterais dos EUA a soberania do país e o direito nacional à existência (...). Os EUA tentam empurrar a península da República Popular Democrática da Coreia na direção de uma guerra nuclear, cometendo desatinos, como conduzir exercícios com mísseis contra a RPDC e instalando equipamento estratégico massivo na península.
"Nesse contexto, os EUA manipularam o Conselho de Segurança da ONU para que deixassem passa a 'resolução das sanções' mais odiosa que jamais foi aprovada, que tenta impossibilitar todas as atividades normais de comércio e trocas econômicas, com o que expuseram ao mundo as intenções criminosas para destruir a ideologia e o sistema da RPDC e exterminar a população (...).
"A RPDC já obteve tudo de que precisa (...) mediante luta árdua sob o mais duro regime de sanções (…) adotado por instigação dos EUA durante as últimas várias décadas. É delírio, esperança delirante, considerar qualquer chance de que a RPDC se deixará arrastar uma polegada, ou mudará suas posições, por causa de sanções como as nos estão sendo impostas por forças hostis.(…)
"Chamar [as medidas defensivas da RPDC] de 'ameaça à paz e à segurança internacionais é servir-se da mais baixa lógica de gângsteres, pela qual o resto do mundo teria obrigação de se pôr como colônia dos EUA... ou seria alvo de agressão militar.(...)
"Enquanto continuar a política hostil e a ameaça nuclear que nos fazem os EUA, a RPDC (…) jamais retirará da mesa de negociações as nossas autodefesas nucleares para conter inimigo beligerante, ou se afastará, sequer uma polegada, da trilha que o país escolheu soberanamente, de fortalecer a força nuclear do Estado. (…)
"Os EUA já trouxeram para cá uma guerra trágica, que mergulhou nossa terra num mar de sangue e fogo, e desde então, século após século, não deixou pedra sobre pedra no esforço para destruir a ideologia e o sistema da RPDC. (...)
"Se os EUA não conseguem agir com equilíbrio e prudência, e persistem nas tentativas insanas para derrubar e destruir a RPDC, não vacilaremos nem hesitaremos em usar todas as formas dos nossos meios mais radicais de defesa.
"A RPDC prosseguirá no trabalho de desenvolver simultaneamente os dois fronts, como barreira de defesa da paz, e sem nenhum desvio, por mínimo que seja, da trilha que escolhemos para nós."
Muito obrigado a Tlaxcala
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