Pepe Escobar, Asia Times
Traduzido pelo Coletivo Vila Vudu
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Bartleby Street 03:50 - 19 de fev de 2018
Para @duploexpresso É erro GRAVE confundir o internacionalismo comunista e o imperialismo de Wall Street. Marx Ñ escreveu livro intitulado 'A Comuna'. Escreveu livro q se chama 'O Capital'. Kem entende de capitalismo é MARX (e os comunistas, hj os chineses), não os Meirelles e Goldfajns, ô meossaco!
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Bartleby Street 03:50 - 19 de fev de 2018
Para @duploexpresso É erro GRAVE confundir o internacionalismo comunista e o imperialismo de Wall Street. Marx Ñ escreveu livro intitulado 'A Comuna'. Escreveu livro q se chama 'O Capital'. Kem entende de capitalismo é MARX (e os comunistas, hj os chineses), não os Meirelles e Goldfajns, ô meossaco!
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Importante virada geoeconômica aconteceu mês passado em Santiago, Chile, na segunda reunião ministerial de um fórum que reúne a China e os 33 membros da Comunidade de Estados Latino-americanos e o Caribe.
O miistro de Relações Exteriores da China, Wang Yi, disse aos presentes que a segunda maior economia do mundo e a América Latina devem unir esforços para apoiar o livre comércio. Trata-se de "opor-se ao protecionismo" e "trabalhar a favor de uma economia mundial aberta" – disse ele.
Depois de encorajar os países latino-americanos e do Caribe a participar de uma grande exposição em novembro, na China, Wang mostrou a que realmente veio: a América Latina tem "significativo" papel nas 'Novas Rotas da Seda', conhecidas como Iniciativa Cinturão e Estrada. A mídia chinesa destacou devidamente o convite.
A perna latino-americana do projeto Cinturão e Estrada talvez não seja tão ambiciosa quanto o programa eurasiano. Mesmo assim a tendência é clara: Pequim está superturbinando sua estrutura de conectividade na região e Caribe, e muitos outros negócios estão a caminho.
O imperativo estratégico é construir conexões lisas, sem tropeços, em todo o continente, convergindo para a costa do Pacífico – e dali adiante pelas rotas marítimas de suprimento até a costa da China. Pode chamar de Rota Marítima da Seda do Pacífico.
Ano passado, bancos e instituições chinesas investiram US$23 bilhões na América Latina – a maior avançada desde 2010. E o negócio deles é a longa duração.
Como se poderia prever, o Brasil membro dos BRICS recebeu o maior investimento que os chineses fizeram no exterior ao longo dos últimos dez anos, de cerca de $46,1 bilhões, que se somam a mais de $10 bilhões em aquisições. Rússia, Índia e África do Sul são os outros países do bloco BRICS.
Custos despencaram
Marcos Troyjo, diretor do BricLab na Universidade Columbia expôs os números. Até meados de 2010, o Brasil esteve caro demais. Então, de repente, os preços despencaram seja pela desvalorização da taxa de câmbio seja pela desvalorização das empresas.
Grandes empresas brasileiras foram terrivelmente prejudicadas pela investigação 'anticorrupção' daquela inacreditavelmente complexa 'Operação Lavajato'. A indústria de infraestrutura sempre dependeu de apoio do Estado, cujos fundos secaram repentinamente. Veio então um surto de privatização selvagem, do qual grupos chineses, norte-americanos e europeus colheram vantagens.
China já é principal parceiro comercial de Brasil, Argentina, Chile e Peru. E inevitavelmente virão outros. Não só porque as importações chinesas de mercadorias (minério de ferro, soja e milho) tendem a subir, mas também porque o Banco Asiático de Investimento em Infraestrutura aumentará os empréstimos.
O plano principal da China para comércio e investimentos na América Latina segue o quadro conhecido como "1+3+6", que o presidente Xi Jinping delineou em julho de 2014 em reunião em Brasília.
"1" refere-se ao próprio plano de cooperação, que orienta projetos específicos e vai de 2015 a 2019; Pequim planeja gastar $250 bilhões em investimento direto e cerca de $500 bilhões em comércio.
"3" designa as três áreas-chave de cooperação – comércio, investimento e finança.
"6" são as prioridades em energia e recursos, e construção de infraestrutura, além de agricultura, manufatura, inovação científica e tecnológica, além da tecnologia de informação.
As três grandes potências latino-americanas, Brasil, Argentina e México, que também são membros do G20, estão em processo de grande expansão na infraestrutura, o que interessa ao plano de Pequim [isso só foi verdade até meados do último governo Dilma; e depois do golpe, com a tomada do poder pelo "Governo dos Escroques", esse processo já foi revertido (NTs)].
Claro que haverá graves obstáculos ao longo do caminho, como o Canal Interoceânico da Nicarágua, de $50 bilhões, que hoje enfrenta dificuldades depois do rompimento das relações Panamá-China, depois que o Panamá rompeu relações com Taiwan. E a estrada de ferro transcontinental entre Brasil e Peru, do Atlântico ao Pacífico, ainda é to distante.
Mas o ministro Wang de Relações Exteriores da China foi cuidadoso ao explicar como esse programa proposto de Cinturão e Estrada Latinoamericano beneficiará a região. "Nada tem a ver com competição geoestratégica" – disse ele. – "A China seguimos o princípio de alcançar crescimento partilhado mediante a discussão e a colaboração. Não fazemos jogos de soma-zero" [o vencedor levaria tudo; a China opera pelo princípio do 'ganha-ganha', pelo qual a negociação só é bem-sucedida se todos os lados envolvidos ganham algo que considerem importante (NTs)].
No fim, a recompensa geopolítica da China acabará por provocar positivamente o governo Trump, que parece ter decidido olhar para além do próprio quintal. Rex Tillerson, secretário de Estado, afinal pôs o pé na estrada poucos dias depois daquele encontro China-América Latina, com pit stops no México, Argentina, Peru, Colômbia e Jamaica. E destacou a Doutrina Monroe,"pedra de toque da política exterior dos EUA na região" [a qual] "foi claramente bem-sucedida (...) porque o que nos une nesse hemisfério são nossos valores democráticos partilhados".
'Potências imperiais'
Tillerson na sequência tentou descartar a China. Disse que a América Latina "não precisa de novas potências imperiais". O Global Times chamou atenção para "pouco caso e o desdém" que Tillerson manifestou contra a "abordagem construtiva" dos chineses. "A China não tem bases militares na região e nunca mandou soldados armados para nenhum país da América Latina" – lembrou o jornal chinês.
Tillerson agrediu sobretudo a Venezuela. Sugeriu sanções contra "o regime", não "o povo venezuelano". E disse que o presidente Nicolas Maduro poderia enfrentar golpe militar, apesar de Washington não estar promovendo qualquer mudança de regime.
Fato é que persistem as dúvidas sobre se o presidente Trump sequer mostrará a cara na próxima reunião da Cúpula das Américas em abril, no Peru. É flagrante o contraste entre essa 'dúvida' sobre a presença de Trump e o que faz a China: o presidente Xi já visitou três vezes a América Latina desde 2012.
Fato é que uma chuva de artigos acadêmicos têm mostrado que Brasil e Argentina modificaram as respectivas políticas exteriores, de uma posição "pró-Sul", para posição neoliberal pró-EUA. A China vê, avalia e continua a avançar – geoeconomicamente e geopoliticamente.
E aí parece haver uma tendência. Washington terá de investir em jogo muito mais sofisticado, se quiser mesmo competir economicamente contra a China. Esse, afinal, pode vir a ser o cenário ideal para comércio e investimento que mais beneficiará a América Latina.
A opinião pública parece ter-se resolvido. Em toda a América Latina, segundo pesquisa do Instituto Gallup, a aprovação da política exterior dos EUA caiu, de 49% em 2016, para to 24% ano passado. A aprovação do presidente Trump continua em patéticos 16%.
Muito diferente disso, o investimento que a China continua a fazer mediante sua Iniciativa Cinturão e Estrada já pôs o presidente Xi em posição de ampla vantagem.
blogdoalok
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