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sexta-feira, 10 de agosto de 2018

Guerra comercial 'matará' gás natural liquefeito americano?

A China decidiu impor tarifas adicionais de 25% sobre US$ 16 bilhões (R$ 61,3 bilhões) em produtos dos EUA, que entrarão em vigor em 23 de agosto em resposta a ações similares dos EUA.
Tanques de armazenamento de GLP num porto chinês
A lista inclui gás natural liquefeito (GLP) e outros bens importantes. De acordo com especialistas, será um forte golpe para os EUA.


O GLP é uma mistura de gases de hidrocarbonetos de baixo peso molecular, destacando-se o propano (três átomos de carbono com ligações simples entre si) e o butano (quatro átomos de carbono com ligações simples entre si). É utilizado principalmente no gás doméstico para aquecimento (em fogões) e em determinados veículos.

No ano passado, a China foi o segundo maior importador de GLP do mundo. O país comprou 38 milhões (R$ 146 bilhões) de toneladas deste combustível. Ao mesmo tempo, o país asiático comprou mais de 15% das exportações de GLP dos EUA. Segundo estimativas da Agência Internacional de Energia, neste ano, a China se tornaria o maior importador mundial de GLP.

O presidente dos EUA, Donald Trump, tinha grandes esperanças no GLP e prometeu transformar os Estados Unidos em uma superpotência energética. A China é o país que poderia desempenhar um papel importante nesse processo. As autoridades do país anunciaram uma campanha para combater a poluição do ar, fechando maciçamente obsoletas usinas de carvão e migrando para fontes de energia limpa.
Durante negociações em meados de maio, quando ainda se esperava ser possível evitar a guerra comercial, o vice-primeiro-ministro chinês, Liu He, e o secretário de Comércio dos EUA, Wilbur Ross, concordaram a compra de um volume adicional de produtos agrícolas e de energia dos EUA equivalentes a 70 bilhões de dólares (R$ 268,4 bilhões). No entanto, a guerra comercial foi iniciada, arruinando, assim, as perspectivas. Embora a guerra comercial tenha sido iniciada pelos Estados Unidos, isso afetará, em primeiro lugar, os planos dos EUA de se tornarem uma superpotência energética. Enquanto isso, é improvável que tenha um grande impacto sobre a China como potência comercial, afirmou à Sputnik China Mei Xinyu, especialista do Centro de Comércio Internacional e Cooperação Econômica do Ministério do Comércio da China.
"Os Estados Unidos estão em segundo lugar no mundo depois da China em termos de exportações, mas a diferença entre esses dois países é quase o dobro […] Embora os Estados Unidos imponham tarifas sobre produtos chineses, não podem expulsar produtos chineses nem mesmo de seu próprio mercado", ressaltou Mei Xinyu.
O analista lembrou que em julho deste ano os EUA impuseram as primeiras tarifas de 25% sobre 34 bilhões de dólares (R$ 130,1 bilhões) em produtos chineses e, no mesmo mês, as importações procedentes da China cresceram 12,2%. "Ou seja, o impacto das tarifas dos EUA sobre a China é muito limitado, o efeito máximo só pode ser no início da guerra comercial, mas para os Estados Unidos suas consequências duradouras serão mais significativas e sérias", previu Mei Xinyu.
Enquanto isso, os planos da China para a gaseificação e a transição para a energia limpa não vão mudar apesar das tarifas sobre o gás dos EUA. Simplesmente irá substituí-lo por produtos de outros países. Assim, em julho, dois navios russos, Vladimir Rusanov e Eduard Toll, enviaram à China o primeiro lote de gás do projeto Yamal GLP. Além disso, Pequim está negociando com Moscou o aumento do fornecimento deste combustível. Opções estão sendo desenvolvidas para construção do segundo ramo do gasoduto da Força Siberiana.
Em fevereiro deste ano, a Gazprom propôs a instalação de gasodutos para a entrega do gás da ilha Sacalina à China.
O conflito comercial entre os Estados Unidos e a China envolve cada vez mais setores da economia e uma quantidade maior de bens. Foi relatado anteriormente que havia chegado a vez do petróleo: Pequim decidiu se recusar a comprar petróleo dos EUA. Uma das maiores petrolíferas chinesas, a Sinopec, suspendeu até o final do ano a importação de 300 mil barris por mês.
A disputa comercial entre os Estados Unidos e a China começou depois que Washington impôs pesadas tarifas sobre aço e alumínio e proibiu as exportações para a empresa de telecomunicações chinesa ZTE.
A primeira parcela das tarifas dos EUA sobre US$ 34 bilhões em produtos chineses entrou em vigor no dia 6 de julho.

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