Os EUA começaram a enfrentar problemas ligados à exportação de trigo em 2016, quando a porcentagem dos produtores norte-americanos no mercado mundial atingiu seu ponto mínimo – 13%, enquanto a da Rússia foi de 22%.
Desde então, a situação não melhorou para os agricultores norte-americanos. A Rússia, por sua vez, continua aumentando a produção de trigo graças à ajuda do governo e às condições meteorológicas favoráveis.
Espera-se que as safras de trigo russo continuem crescendo. No longo prazo, as mudanças climáticas, mais concretamente o aumento da temperatura média, podem levar à expansão das terras agrícolas na Rússia e à sua redução nos EUA, Canadá e Austrália.
Quanto às ações econômicas que causaram o aumento da presença russa no mercado de trigo global, é de assinalar a desvalorização do rublo, que tornou os preços do trigo russo mais atraentes para os compradores estrangeiros. Ao mesmo tempo, a qualidade dos grãos russos melhorou significativamente.
Além disso, as empresas russas iniciaram a produção de suas próprias sementes, o que levou à diminuição dos custos dos agricultores.
O afastamento dos produtores norte-americanos do mercado global é também uma das consequências das medidas adotadas pelo presidente dos EUA, Donald Trump. Entre elas, a sua política migratória, a promessa de construir um muro na fronteira com o México e expulsar todos os imigrantes ilegais do território dos EUA.
"Há 30 anos fomos forçados a contratar imigrantes. Cada vez menos locais [entre os norte-americanos] queriam fazer trabalhos manuais pesados", disse um agricultor, Brian Garwood, do estado de Indiana. A deportação em massa de emigrantes ilegais causou a falta de mão-de-obra no setor agrícola.
Devido a esses fatores, no primeiro trimestre deste ano, 116 fazendas apresentaram pedidos de falência. Cerca de 70% delas produziam trigo, produtos lácteos, milho e algodão.
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