Os representantes das companhias China National Petroleum Corporation (maior empresa chinesa do setor petrolífero chinês) e da China National Offshore Oil Corporation (3ª maior) encontraram-se com o ministro da Energia da Groenlândia, Aqqalu Jerimiassen.
Elas pediram que se realizassem mais reuniões para abordar as perspectivas de perfurar, a partir de 2021, os depósitos costeiros de Nuussuaq, que ficam ao noroeste da ilha.
As autoridades da região qualificaram as negociações de "positivas", sendo esta a primeira vez que a China mostra interesse na extração de hidrocarbonetos na ilha, relata a mídia.
Acredita-se que, caso os acordos deem certo, além de ocasionar uma renda estável que poderia desbancar o subsídio anual de Copenhague para a ilha de aproximadamente US$ 660 milhões [R$ 2,4 bilhões], também garantiria uma maior independência em relação à Dinamarca.
As tentativas de exploração do "ouro negro" começaram em 1972 e desde então já se extraíram mais de 3,8 bilhões de barris, o que fez a ilha ganhar muito dinheiro. Pesquisas geológicas estimam que a ilha abrigue petróleo e gás equivalente a 50 bilhões de barris.
Muitas empresas europeias do setor, que tentaram obter vantagem do petróleo groenlandês, acabaram falhando. A gigante escocesa Cairn Energy foi uma das companhias petrolíferas que tiveram que se retirar da ilha, devido à queda drástica dos preços por barril. A perfuração de petróleo no Ártico, além de cara, está também cheia de riscos devido ao frio extremo.
Já as empresas da China planejam extrair metais raros, como urânio ao sul do território e zinco ao norte, coincidindo com os planos do próprio país de instalar uma base de pesquisa na área e estabelecer uma estação terrestre universitária em cooperação com o Instituto Natural da Groenlândia.
O interesse de Pequim pelo Ártico acabou preocupando tanto Washington quanto Copenhague. O Serviço de Inteligência de Defesa dinamarquês avisa que os riscos associados aos investimentos chineses na região são "resultado dos estreitos vínculos entre as empresas chinesas e os líderes chineses", alertando também sobre o impacto que isso poderia causar para a pequena população da ilha.
Em setembro deste ano, as autoridades groenlandesas acabaram cedendo à pressão da Dinamarca e evitaram fechar contrato com uma empresa chinesa, enquanto que em 2016 Copenhague boicotou os planos de Pequim em comprar uma instalação de defesa inativa.
Washington apoia a ideia de manter as companhias chinesas fora da ilha, porém manteve por décadas várias bases na Groenlândia.
sputniknews
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