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terça-feira, 30 de abril de 2019

Tragédia do Boeing 737 Max: 'para economizar, causaram mais mortes', diz especialista

O avião Boeing 737 Max está com as operações suspensas em todo o mundo desde meados de março, após dois acidentes que resultaram na morte de 346 pessoas. A Sputink Brasil conversou com o ex-piloto militar e civil e especialista em Segurança Aérea, Milian Heymann, sobre os problemas técnicos envolvendo os aviões Boeing 737 Max.
Montagem do avião Boeing 737 (foto de arquivo)
A Boeing informou nesta segunda-feira que está em progresso a certificação de seus aviões suspensos 737 MAX após a atualização de um software para corrigir os erros do sistema. De acordo com a empresa, foi completado um teste final antes do voo de certificação.


Além disso, a Administração Federal de Aviação dos EUA (FAA) está reunindo agências de aviação de Brasil, Austrália, Canadá, China, Cingapura, Emirados Árabes Unidos, Indonésia, Japão e União Europeia para fazer a revisão técnica conjunta do novo sistema de controle de voo do Boeing 737 Max. 

O ex-piloto militar e civil e especialista em Segurança Aérea, Milian Heymann, em entrevista à Sputnik Brasil, comentou que os principais erros que levaram às tragédias que que culminaram na paralisação das aeronaves da Boeing tem origem no erro de um software que indica aos pilotos o ângulo de ataque da aeronave.

"Esse sistema especificamente do 737 Max fica do lado da fuselagem da aeronave e indica aos computadores o ângulo de ataque da aeronave, porque aí o computador poderia ver naquele momento se a aeronave está com o nariz levantado, se está nivelada, ou com o nariz apontando para baixo", afirmou. 

Anteriormente, a Boeing havia informado que a empresa concluiu o último voo teste com o software atualizado para o sistema de controle de voos. Foram realizados 120 voos com esse software, totalizando 203 horas de teste. 

De acordo com Milian Heymann, este é um prazo suficiente para aferir a segurança do sistema, mas destacou que se houvesse um investimento na modificação das informações para os pilotos de treinamento, todas essas mortes não teriam acontecido e todos os prejuízos decorrentes das tragédias teriam sido evitados. A crise que atingiu a Boeing gerou uma queda de 21% nos lucros no primeiro trimestre da empresa. 

"Isso é varrer o lixo pra debaixo do tapete. Eles sabiam disso, tinham ciência disso, principalmente depois do primeiro acidente, era só parar a frota. Mas isso seria por conta deles, eles não quiseram fazer isso. É uma questão financeira, de dinheiro. Pra economizar, causaram mais mortes", frisou o especialista.  

"Eu diria que é uma sucessão de eventos que levou a um viés equivocado em evitar com que os pilotos cometessem erros que resultariam em acidentes. Então a engenharia destas empresas tentaram fazer com que o piloto não conseguisse errar. Só que se esqueceram que os erros dos equipamentos de proteção que elas estavam colocando ali causaram mais acidentes do que os pilotos poderiam causar", acrescentou o especialista. 

A Boeing enfrenta várias investigações, incluindo uma investigação criminal federal, ao processo de certificação do Boeing 737 MAX. Todos os voos de aviões Boeing 737 MAX foram suspensos depois de duas catástrofes: uma com um avião da companhia aérea da Indonésia Lion Air, em 29 de outubro de 2018, e a da Ethiopian Airlines em 10 de março, que juntas mataram 346 pessoas. A Boeing também teve que congelar mais de 4.600 encomendas do avião 737.

sputniknews

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