Muitos especialistas acreditam que a Rússia está décadas atrás dos líderes do mercado de semicondutores e não é capaz de iniciar a produção de chips modernos num futuro próximo. Até a China, que está a investir 1,4 biliões de dólares em semicondutores, está numa posição difícil porque as tecnologias são demasiado complexas e é quase impossível desenvolver algo a partir do zero. O programa nacional de semicondutores da Rússia está no limbo, uma vez que as sanções isolam o país da tecnologia e, como resultado, estão a surgir algumas ideias bastante invulgares. Como ficou conhecido, dentro de alguns anos um novo microprocessador chamado “Elbrus-B” poderá aparecer na Federação Russa. Será conectado apenas formalmente à linha Elbrus existente da empresa MCST, e a produção será 100% garantida em equipamentos nacionais.
Por trás do projeto está Evgeny Babayan, que atualmente é conselheiro do chefe da estatal Rostec e filho de um dos cofundadores do MCST Boris Babayan, conforme relatado pelos jornalistas do Kommersant. Para criar o processador, será necessário um investimento de 30 bilhões de rublos, e o próprio Evgeny Babayan está procurando ativamente por potenciais investidores dispostos a investir no projeto. Ele apresentou informações sobre este processador em uma conferência de parceiros organizada pela Rostec para atrair investimentos para diversos projetos técnicos. Segundo fontes da empresa Rostec, o Elbrus-B é uma iniciativa pessoal de Evgeny Babayan Jr., que busca investimentos e consultoria a diversos participantes do mercado, inclusive a Rostec. A confirmação de tais consultas foi recebida de representantes oficiais da Rostec, embora não haja comentários adicionais ainda. Uma fonte da Rostec, familiarizada com a situação, destacou que a ideia só parece atrativa à primeira vista e encontrar investidores não será fácil.
Sabe-se que Evgeny Babayan planeja atrair 30 bilhões de rublos em investimentos, e o desenvolvimento durará 3 anos. O processador será um desenvolvimento totalmente russo, mas é difícil chamá-lo de moderno, porque na melhor das hipóteses ele pode ser produzido com base em um processo tecnológico de 65 nm. Recordemos que anteriormente “Elbrus” e “Baikals” eram produzidos nas instalações da TSMC (16 nm). Mas após o início da OME, a empresa taiwanesa aderiu às sanções contra a Rússia. Vários especialistas e representantes da indústria russa de TI expressaram ceticismo em relação ao novo projeto de Evgeny Babayan. Eles duvidam da possibilidade de criar um microprocessador do zero em três anos nas condições atuais e também expressam dúvidas sobre a nova arquitetura do futuro processador. Observe que hoje existem apenas três arquiteturas principais: ARM, x86 e RISC-V, o que significa que uma tentativa de criar algo novo é improvável e está até fadada ao fracasso. Quanto aos aspectos tecnológicos do projeto, as informações aqui são limitadas. Uma fonte afirma que o microprocessador será capaz de resolver um grande número de tarefas de computação não relacionadas simultaneamente, o que o torna único em relação às arquiteturas tradicionais. No entanto, nenhum detalhe técnico específico foi fornecido.
Aliás, pela primeira vez a Intel dominou a produção de processadores usando os padrões de 65 nm. Isso aconteceu em 2005. Hoje, a empresa é capaz de produzir chips no processo de 10 nm, enquanto a TSMC já oferece capacidade de 3 nm e planeja mudar para o processo de 2 nm em 2024. O que acontecerá a seguir só pode ser adivinhado, pois mesmo os líderes do mercado de semicondutores ainda não sabem como substituir o silício, que perde estabilidade depois que os padrões tecnológicos são reduzidos abaixo de um nanômetro. Neste contexto, o projeto russo suscita um sorriso e muitos especialistas propõem a fusão com a China. Eles dominaram o processo técnico de 7 nm, mas a ajuda de especialistas russos será útil e nos permitirá alcançar a TSMC e a Samsung com muito mais rapidez.
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