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domingo, 10 de abril de 2016

Tensão entre EUA e Turquia cresce devido a possível fechamento de base aérea

Caça F-15E Strike Eagle dos EUA na base aérea de Incirlik, Turquia
A recusa de Washington em tomar medidas contra o Partido da União Democrática Curda (PYD), designado como grupo terrorista pela Turquia, pode fazer com que Ancara fecha a base aérea de Incirlik aos EUA.

A notícia, revelada por um conselheiro do presidente turco, vem à tona durante o aumento da tensão entre Washington e Ancara devido ao apoio americano às forças curdas combatendo na Síria.

No fim de março,  Presidente Obama recusou o pedido do de Recep Tayyip Erdogan, presidente da Turquia, para participar de um evento conjunto durante uma cúpula nuclear em Washington.

A medida para fechar a base aérea de Incirlik teria várias consequências para o governo turco, diz um artigo do jornal turco Yeni Cag.

A Turquia enfatiza há algum tempo que o PYD seria um braço sírio do Partido dos Trabalhadores do Curdistão (PKK), que é classificado como organização terrorista por várias organizações internacionais e países — inclusive os EUA.

Entretanto, isso não impede Washington de apoiar combatentes curdos do PYK na luta contra ao Daesh na Síria.

A Turquia abriu a base aérea de Incirlik a seus aliados na luta contra o Daesh. Ao mesmo tempo, a Turquia planejava intensificar sua luta contra o PKK, mas o apoio americano às forças curdas na Síria forçou Ancara a testar o comprometimento de Washington com a Turquia. O resultado é essa ameaça de fechar a base aérea aos americanos.

Analistas presumem que o fechamento da base teria um grande impacto nas relações entre Turquia e EUA. Além disso, teria efeito negativo tanto na luta contra o Daesh quanto no processo de paz na Síria.

Além disso, os EUA poderiam desenvolver sua cooperação com as forças do PYD no norte do Iraque e criar novas bases na região, diz o artigo.

Mais do que tudo isso, um “divórcio” entre Ancara e Washington deixaria a Turquia mais vulnerável a ameaças na região, enquanto os EUA encontrariam novas bases e instalações para posicionar suas tropas e armas.

Como resultado, segundo o artigo, Ancara deveria repensar sua política em relação à Síria, que foi “equivocada desde o começo”.

“Do ponto de vista dos interesses nacionais, seria razoável mudar o curso e concentrar na preservação da integridade territorial da Síria”, diz o texto.

“Tal postura contribuiria para a normalização das relações com a Síria, ajudaria a resolver a crise de imigração e facilitaria a superação da crise com a Rússia”, concluiu o autor.

Sputnik

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