A recusa de Washington em tomar medidas contra o Partido da União Democrática Curda (PYD), designado como grupo terrorista pela Turquia, pode fazer com que Ancara fecha a base aérea de Incirlik aos EUA.
A notícia, revelada por um conselheiro do presidente turco, vem à tona durante o aumento da tensão entre Washington e Ancara devido ao apoio americano às forças curdas combatendo na Síria.
No fim de março, Presidente Obama recusou o pedido do de Recep Tayyip Erdogan, presidente da Turquia, para participar de um evento conjunto durante uma cúpula nuclear em Washington.
A medida para fechar a base aérea de Incirlik teria várias consequências para o governo turco, diz um artigo do jornal turco Yeni Cag.
A Turquia enfatiza há algum tempo que o PYD seria um braço sírio do Partido dos Trabalhadores do Curdistão (PKK), que é classificado como organização terrorista por várias organizações internacionais e países — inclusive os EUA.
Entretanto, isso não impede Washington de apoiar combatentes curdos do PYK na luta contra ao Daesh na Síria.
A Turquia abriu a base aérea de Incirlik a seus aliados na luta contra o Daesh. Ao mesmo tempo, a Turquia planejava intensificar sua luta contra o PKK, mas o apoio americano às forças curdas na Síria forçou Ancara a testar o comprometimento de Washington com a Turquia. O resultado é essa ameaça de fechar a base aérea aos americanos.
Analistas presumem que o fechamento da base teria um grande impacto nas relações entre Turquia e EUA. Além disso, teria efeito negativo tanto na luta contra o Daesh quanto no processo de paz na Síria.
Além disso, os EUA poderiam desenvolver sua cooperação com as forças do PYD no norte do Iraque e criar novas bases na região, diz o artigo.
Mais do que tudo isso, um “divórcio” entre Ancara e Washington deixaria a Turquia mais vulnerável a ameaças na região, enquanto os EUA encontrariam novas bases e instalações para posicionar suas tropas e armas.
Como resultado, segundo o artigo, Ancara deveria repensar sua política em relação à Síria, que foi “equivocada desde o começo”.
“Do ponto de vista dos interesses nacionais, seria razoável mudar o curso e concentrar na preservação da integridade territorial da Síria”, diz o texto.
“Tal postura contribuiria para a normalização das relações com a Síria, ajudaria a resolver a crise de imigração e facilitaria a superação da crise com a Rússia”, concluiu o autor.
Sputnik
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