ESL afirmou que ataque foi efetuado para vingar massacre de 330 pessoas em Daraya
Rebeldes sírios afirmaram ter derrubado um helicóptero do Exército durante um confronto em Damasco nesta segunda-feira, ressaltando que o ataque foi efetuado para vingar o "massacre" de mais de 330 pessoas na cidade de Daraya, praticado, segundo eles, pelas tropas do regime.
A rede de televisão estatal afirmou que a aeronave caiu perto de uma mesquita no distrito no leste de Qaboon, onde ativistas relataram bombardeios, fogo pesado lançado por helicópteros de combate e confrontos entre tropas do governo e rebeldes do ESL (Exército Sírio Livre).
"Foi uma vingança pelo massacre de Daraya", afirmou Omar al-Qabooni, porta-voz do batalhão Badr do ESL em Damasco, acrescentando que os rebeldes encontraram o corpo do piloto depois que o helicóptero caiu no chão formando uma bola de fogo.
O Observatório Sírio dos Direitos Humanos informou que, após a queda do helicóptero, o governo intensificou os bombardeios em muitas áreas do leste de Damasco, onde o sentimento contrário ao regime é forte.
Ao menos 35 pessoas faleceram, incluindo crianças, segundo o Observatório, de um número total de 64 mortos nesta segunda-feira.
O ESL afirmou anteriormente que havia derrubado um avião de guerra da Síria há duas semanas na província de Deir Ezzor, no leste do país, e que tinha capturado seu piloto, mas as alegações não podem ser confirmadas de forma independente.
O ataque no nordeste da capital foi desencadeado um dia depois de ativistas da oposição terem acusado o regime do presidente Bashar al-Assad de um novo e terrível massacre em Daraya, a sudoeste da capital.
O Observatório informou nesta segunda-feira que já foram encontrados 334 corpos na cidade muçulmana sunita depois de os ativistas terem relatado um ataque brutal de cinco dias de bombardeios, execuções sumárias e invasões a casas realizadas pelas forças do governo.
A Casa Branca afirmou que as informações sobre o massacre de Daraya foram a evidência mais recente da "injustificada desconsideração (de Assad) pela vida humana", enquanto a Grã-Bretanha afirmou que o ocorrido é "uma atrocidade em uma nova escala" e a UE alegou que é "totalmente inaceitável".
Vídeos macabros divulgados por ativistas da oposição mostraram dezenas de corpos carbonizados e cobertos de sangue alinhados em plena luz do dia em um cemitério em Daraya, e outros empilhados em salões de uma mesquita.
A rede de televisão estatal afirmou que a operação "limpou a região dos terroristas remanescentes" em Daraya, enquanto a rede de televisão pró-governo Al-Dounia afirmou que os "terroristas" foram os responsáveis pelas mortes.
Tropas do governo lançaram a ofensiva na última terça-feira em uma tentativa de esmagar os insurgentes que se reuniram nos arredores do sudoeste de Damasco depois que o regime afirmou ter retomado a maior parte da capital no mês passado.
E Assad prometeu no domingo que não mudará sua estratégia, depois de acusar as potências ocidentais e regionais de uma "conspiração" contra a Síria, assolada por 17 meses de derramamento de sangue.
"O povo sírio não vai permitir que esta conspiração atinja os seus objetivos" e vai derrotá-la "a qualquer preço", disse Assad em uma reunião com um funcionário de alto escalão do Irã, o principal aliado regional da Síria.
Assad utiliza, desde março de 2011, o uso da força letal para sufocar uma revolta popular que se transformou em uma insurgência armada.
Grupos de direitos humanos acusam o regime de cometer muitas atrocidades durante o conflito, e um painel da ONU afirmou no início deste mês que o governo Assad é culpado de crimes contra a Humanidade.
Em meio ao aumento da violência, vários integrantes do alto escalão do governo abandonaram seus cargos, mas analistas afirmam que o núcleo do regime está intacto e que Assad ainda tem o apoio de muitos na comunidade cristã e em certos setores da população sunita.
Ativistas afirmam que cerca de 25.000 pessoas foram mortas desde março do ano passado, enquanto a ONU alega que pelo menos 200 mil pessoas fugiram para países vizinhos e outros 2,5 milhões sofrem necessidades dentro da Síria.
Band
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