Oposição síria critica governo dos Estados Unidos
O principal grupo opositor da Síria no exílio, o Conselho Nacional Sírio (CNS), acusou nesta sexta-feira o governo dos Estados Unidos de impor obstáculos à "revolução" no país, ao tentar supervisionar a organização dos setores de oposição ao governo de Bashar al-Assad.
Apenas dois dias depois de um dia importante de negociações no Qatar, o CNS atacou de forma direta as críticas do governo dos Estados Unidos ao Conselho por não representar plenamente os diferentes grupos dissidentes sírios.
"Qualquer discussão que proponha evitar o Conselho Nacional Sírio ou criar novos grupos para substituí-lo constitui uma tentativa de minar a revolução síria, plantando as sementes da divisão", afirma o CNS em uma nota oficial.
A secretária americana de Estado, Hillary Clinton, expressou esta semana frustração com o CNS e defendeu a formação de uma nova e ampla oposição, que inclua os ativistas que estão na Síria.
Nesta sexta-feira, os rebeldes sírios assumiram o controle da região de Saraqeb, um corredor estratégico do norte do país que liga as cidades de Damasco e Aleppo à cidade costeira de Lataquia, anunciou o Observatório Sírio dos Direitos Humanos (ONG).
"O exército se retirou de seu último quartel na região de Saraqeb", disse à AFP Rami Abdel Rahman, diretor do OSDH, que tem sede em Londres. De acordo com Rahman, um perímetro de 25 km ao redor de Saraqeb (na província de Idleb) está completamente fora do controle do regime.
Rebeldes sírios pedem a embaixadores que abandonem Damasco por segurança
O Exército Livre Sírio (ELS), de oposição ao governo de Bashar al Assad, deu neste domingo um prazo de 72 horas aos embaixadores estrangeiros em Damasco para que abandonem a Síria por sua própria segurança, já que tem intenção de fazer operações bélicas "no coração do regime".
Em entrevista à Agência Efe por telefone, o porta-voz deste grupo armado, Fahd Al Masri, revelou que "o Conselho Militar do ELS em Damasco e arredores pediu aos embaixadores de todos os países e às delegações diplomáticas e organizações internacionais que retirem seus representantes em Damasco em 72 horas".
"A situação de segurança ficou muito grave depois que o regime bombardeou várias regiões de Damasco, o que representa um perigo para os representantes diplomáticos e as organizações internacionais. Desejamos que saiam imediatamente, os próximos dias serão decisivos na luta contra o regime", advertiu.
Masri ressaltou que os rebeldes preparam uma nova estratégia na capital e em outras cidades do país, cujo objetivo é propagar a "desobediência civil em todas as instituições para conseguir a queda do regime". Estas ações não terão a participação de hospitais, dos bombeiros e outras instituições que oferecem ajuda aos cidadãos, explicou.
O porta-voz fez um apelo aos refugiados iraquianos que vivem em território sírio para que retornem a seu país, já que na sua opinião o "Iraque se transformou em um estado mais seguro que a Síria".
Masri pediu também à comunidade internacional que intervenha na Síria por fora do Conselho de Segurança da ONU e que imponha uma zona de exclusão aérea em todo o território nacional.
Colinas de Golã: Disparos de advertência de Israel contra Síria
JERUSALÉM – Tropas israelenses efetuaram disparos de advertência em direção à Síria neste domingo, de acordo com um comunicado militar israelense, o que foi classificado pela rádio pública como a primeira ação militar de Israel contra militares sírios desde a guerra de 1973. "Um disparo de morteiro caiu sobre um posto militar nas Colinas de Golã, adjacente à fronteira israel-síria, em um incidente derivado do conflito interno na Síria.
Em resposta, os soldados israelenses realizaram disparos de advertência em direção à Síria", explicou o exército no comunicado. O Estado de Israel também apresentou uma denúncia ante as forças da ONU presentes em Golã, advertindo que "não serão tolerados os disparos provenientes da Síria a Israel e nossa resposta será severa". Os incidentes nas Colinas de Golã têm se multiplicado nas últimas semanas. Israel se encontra oficialmente em estado de guerra com a Síria.
Apesar de a ocupação e a anexação por Israel de uma parte do Golã sírio, que a comunidade internacional não reconhece, não são registrados incidentes graves entre os dois países desde o final da guerra israel-árabe de outubro de 1973. Desde um acordo fechado entre os dois países em 1974, cerca de 1.200 efetivos desarmados da força das Nações Unidas encarregada de observar a separação (FNUOS) patrulham a zona, de cerca de 6 km.
Ehud Barak garante que Israel reagirá “mais severamente” perante novos disparos sírios
Jerusalém – O ministro da Defesa Ehud Barak alertou que Israel reagirá "mais severamente" caso voltem a registar-se novos disparos sírios como os ocorridos hoje, advertindo também o governo do Hamas que pagará um preço "doloroso" pelos recentes disparos.
As declarações do ministro israelita Ehud Barak surgem na sequência dos disparos de aviso realizados pelo exército israelita na direção da Síria, depois de uma granada de morteiro síria ter caído no norte de Israel. Os disparos feitos hoje pelo exército israelita foram os primeiros desde o final da guerra israelo-árabe de outubro de 1973.
O ministro Ehud Barak criticou a explosão de um morteiro nas Colinas de Golan ocupadas por Israel, sublinhando: "Um outro tiro em território israelita causará uma reação mais forte e a Síria pagará o seu preço".
Exército sírio destruiu navio que transportava rebeldes
O exército sírio destruiu um navio que transportava rebeldes no rio Eufrates, na zona norte do país, noticiou hoje a agência de notícias oficial daquele país, Sana.
"Uma unidade das forças armadas destruiu um navio, no rio Eufrates, onde estavam terroristas com as suas armas e munições", refere a agência, sem adiantar mais detalhes, nomeadamente quando tal ocorreu e o número de pessoas que seguia a bordo.
É a primeira vez que os meios de comunicação oficiais noticiam um incidente no rio Eufrates, que nasce nas montanhas do sudeste da Turquia e atravessa a Síria e o Iraque antes de se juntar ao rio tigre para formar o Chat tal-Arab, rio Arvand em persa.
Na Síria, o Eufrates passa por Deir Ezzor, Raqqa e Bou Kamal, cidades bombardeadas pelas forças governamentais ou onde decorrem combates.
Hoje, de acordo com o Observatório Sírio dos Direitos Humanos (OSDH) pelo menos 20 soldados do exército regular sírio morreram na explosão de dois carros armadilhados.
Segundo o OSDH, mais de 37 mil pessoas já morreram no conflito da Síria.
Naval Brasil
Nenhum comentário:
Postar um comentário