Sem Mirage aqui, sem Mirage lá

Argentina pode não conseguir trocar seus Mirage III pelos Mirage F.1M espanhóis. (Imagem: Tomás Charras)

Atraso na decisão de compra dos caças. Não, não é no Brasil. Agora é na Argentina.

Paralelamente ao aumento de tensão na relação com a Espanha, há um forte rumor de que a compra dos caças Mirage F-1M entrou em uma nova frustração. Há versões que diziam que este é devido à má condição da aeronave, mas outros (este mais provável) que o governo da Espanha está usando o Mirage F-1 como moeda de troca para negociar Gibraltar com os britânicos.

De acordo com o jornal El Diario, os espanhóis vêm negociando com a Grã-Bretanha para suavizar a disputa por Gibraltar. A verdade é que, hoje, a operação (de compra) parece ter entrado em letargia pela Espanha do que pela Argentina.

Se o F.1M não vingar, existe uma segunda opção e parece agradar ao governo argentino: Caças IAI Kfir modernizados e remotorizados caças Mirage V com o motor do F-4 Phantom. É uma oferta comum de Israel para a Argentina com novo equipamento em todas as oportunidades, mas sempre na mesma plataforma, e não ao contrário do que já tem a FAA. Parece haver um consenso entre as duas partes (israelenses e argentinos), mas há um árbitro e é o único com a decisão final: o governo dos EUA, árbitro na região e quem aprova ou veta a operação, dada a origem do motor, portanto, a garantia de que esta operação pode ser levada adiante não depende da Argentina e dos israelenses.

Uma terceira opção, mais como boato, de uma possível oferta de caças Mirage 2000 armazenados na França. Mas a França um país membro da OTAN, cuja relação com a Grã-Bretanha é muito boa, e tem o antecedente imediato de ter cedido às pressões britânicas.

Espanha estaria usando o F.1M como moeda de troca para forçar um acordo com os Britânicos sobre Gibraltar.

Neste contexto incerto, nada sugere que vai ser resolvida, em curto prazo, antes de 2015, e presumindo que a decisão ocorra em 2016, essa substituição (Mirage III pelo Mirage F.1M) pode ocorrer só 2019/2020.

Abre-se a possibilidade de esticar a vida útil do Mirage atual, já que o Pampa não responde às necessidades da FAA como substituto interino do Mirage III e as chances de conseguir uma recolocação no mercado de segunda mão estão se fechando a cada dia.

FONTE: Aviacion Argentina/Julio Gutierrez – Tradução e Edição: CAVOK