Avanço das tropas militares russas na Ossétia do Sul.
Balanço da reforma militar russa.
O ano que termina ficou marcado por uma série de importantes acontecimentos nas Forças Armadas e no complexo militar-industrial da Rússia. Foi iniciada a produção em grande envergadura de armamento e equipamentos militares para o Exército, a Marinha e a Força Aérea, novos modelos começaram a ser produzidos em série.
Os processos atuais determinarão o rosto das tropas russas durante décadas.
O processo de reforma militar, que continua, mas, contudo, foi sujeito a uma séria correção, foi o mais importante para as Forças Armadas durante este ano. Mantendo-se inalterável o objetivo: a criação de modernas Forças Armadas móveis, capazes de resolver eficazmente tarefas numa guerra grande e em conflitos locais, foram corrigidas várias decisões.
Sérias mudanças foram realizadas na medicina militar, que se planejou passar para uma base civil, na justiça militar, no ensino militar, onde, depois da aprovação de novos programas didáticos, foi reiniciado o recrutamento de cadetes para as escolas militares.
Na organização das Forças Armadas, as mais sérias mudanças tiveram lugar na Força Aérea, onde foi considerada inoportuna a estrutura “básica” que previa a fusão de unidades e quartéis da Força Aérea num número relativamente pequeno de bases aéreas. A aviação militar volta à estrutura: uma base – um regimento, como mais eficaz e de melhor gestão.
A passagem do Exército para o sistema de gestão em brigadas não levanta dúvidas. Discute-se também a questão do elo intermediário entre o comando de exército e o de brigada, por isso, é evidente que o Ministério da Defesa terá de encontrar estruturas ótimas para as divisões e corpos de novo aspecto. O regresso, que ocorreu em 2013, ao formato por divisão das divisões Tamanskaia e Kantemirovskaia não constitui problema.
Um sinal muito importante de 2013 foi a passagem para a produção em série de armamentos e a entrega às tropas de complexos de novas máquinas para o equipamento completo das respetivas unidades. Isso diz respeito, nomeadamente, a sistemas tão sofisticados como os complexos de mísseis operativos Izkander (que equiparam duas brigadas), sistemas de defesa antiaérea S-400 (três regimentos) e outros.
A Força Aérea é a mais ativa no rearmamento. A aviação militar recebeu cerca de 70 aviões e mais de 100 helicópteros de diferentes tipos, sendo que os volumes de produção continuam a aumentar. O plano para 2013 foi cumprido na integra e, em alguns casos, foram entregues mais equipamentos do que o previsto. Tendo em conta o restabelecimento da produção de aviões civis, isto permite falar da recuperação da indústria aérea. Esta, por sua vez, já desperta, no país, a procura de componentes e serviços de alta tecnologia, o que, no futuro, se refletirá no estado da economia em geral.
A Marinha recebe também novos equipamentos. Em 2013, a Marinha de Guerra da Rússia recebeu, finalmente, os dois primeiros submarinos do projeto 955 Borei e o principal submarino do projeto 885 Iassen. Ambos estão a ser construídos em série e os ritmos vão simultaneamente aumentando. Continua igualmente a construção de fragatas e corvetas de nova geração, as primeiras fragatas do projeto 11356 irão entrar em serviço na Marinha em 2014-2015.
Por enquanto, o rearmamento do Exército não é tão grande. Espera-se equipamentos da nova geração, que passarão a ser fabricados em série em 2015-2016, para ele realiza-se, fundamentalmente, o conserto e a modernização de máquinas já existentes. Ao mesmo tempo, a percentagem de equipamento moderno, ou seja, novo ou modernizado no Exército atingiu os 21%, embora, há sete anos atrás, não ultrapassava os 4-5%.
É evidente que a indústria militar recupera as suas potencialidades perdidas nos anos de 1990 e 2000. A questão consiste no seu emprego eficaz não só para a defesa, mas também para a modernização da economia russa em geral.
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