Os Submarinos nucleares chineses irão iniciar missões de patrulha - Noticia Final

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quinta-feira, 20 de fevereiro de 2014

Os Submarinos nucleares chineses irão iniciar missões de patrulha

Segundo declarou o Escritório da Inteligência Naval (ONI), os primeiros submarinos nucleares chineses do projeto 094 com mísseis JL-2 a bordo irão começar as suas missões de patrulhamento em 2014.

Se isso acontecer, nós assistiremos a uma reviravolta na história da marinha chinesa. A forma como que essas missões de patrulhamento serão organizadas terá uma influência direta na política chinesa relacionada com as disputas territoriais que têm tido lugar no Pacífico Ocidental.

O submarino nuclear do projeto 092 equipado com 12 mísseis JL-1, que entrou ao serviço da marinha chinesa em 1987, de acordo com as informações norte-americanas nunca teria saído em missões de patrulhamento. Durante todo o seu tempo de serviço ele apenas teria saído para o mar para breves viagens de instrução.

O submarino podia ter apenas uma importância limitada em caso de conflito militar. Ele podia sair para o mar e se manter durante algum tempo nas águas do Mar de Bohai relativamente bem controladas pelas forças chinesas. O alcance dos seus mísseis permitiria atingir bases norte-americanas no Japão e povoações do Extremo Oriente soviético. Nessa altura a marinha chinesa não podia esperar obter melhores resultados.

Os novos submarinos do projeto 094 equipados com mísseis JL-2, com mais de 8000 km de alcance, podem atacar, segundo a inteligência naval dos EUA, o arquipélago do Havaí e do Alasca, assim como todas as bases militares dos EUA e de seus aliados na Ásia permanecendo perto da sua própria costa. Os chineses não irão, provavelmente, se limitar a esses resultados e irão tentar desenvolver novas modificações aos mísseis JL-2 como um maior alcance.

O início das patrulhas regulares irá fazer pensar na futura composição da frota de submarinos nucleares chineses. Considera-se que para manter um submarino em patrulha permanente, tendo em conta as necessidades de manutenção e de treinamento das tripulações, a frota deve possuir pelo menos três submarinos operacionais. Se considerarmos a necessidade de realizar grandes reparações periódicas, serão necessários pelo menos quatro submarinos. Essa é a quantidade solicitada pela França e pelo Reino Unido.

Manter uma intensidade tão elevada de patrulhamento com pequenas forças é possível apenas às marinhas com uma enorme experiência e tecnologias desenvolvidas. A China irá precisar provavelmente de 5 submarinos 094. Neste momento já estão prontos 3 desses submarinos.

Uma outra questão importante é a tática dos submarinos. Os submarinos chineses continuam a ser inferiores aos ocidentais e aos russos quanto à sua furtividade. A marinha chinesa terá dificuldades em protegê-los dos submarinos nucleares multifuncionais dos EUA. A provável resposta a essa questão será a criação dos chamados “bastiões”: áreas marítimas fortemente protegidas e defendidas em que os submarinos estejam em segurança.

A URSS possuía “bastiões” nos mares de Barents e de Okhotsk, que são regiões do oceano relativamente remotas. Ao contrário da URSS, os mares que banham a China dentro da primeira cintura insular são uma das regiões mais frequentadas pelo tráfego de comércio marítimo e pelas pescas. Nos mares da China Meridional e da China Oriental a China está envolvida em múltiplas disputas territoriais que assumem um caráter cada vez mais explosivo.

A criação de uma componente naval operacional permanente das forças nucleares estratégicas chinesas pode tornar muito mais perigosas essas disputas territoriais e os potenciais conflitos locais a elas associados. Já neste momento muitas das ações da China no Mar da China Meridional são ditadas pela necessidade de garantir a segurança dos submarinos nucleares chineses que têm a sua base na ilha de Hainan.

Se o Mar da China Meridional se tornar na zona de patrulhamento dos submarinos nucleares chineses, e nessa região tiver início um conflito local com uma intervenção militar norte-americana, o risco de uma interpretação errada das ações do adversário será muito elevado.

O comando chinês terá dificuldades, em determinadas circunstâncias, em distinguir as ações dos EUA que se destinam a vencer um conflito local , das tentativas para furar o bastião e destruir os submarinos nucleares chineses. Isso poderá ser visto como o início de um ataque preventivo incapacitante. É evidente que se a competição militar sino-americana evoluir num espírito de confrontação, nós iremos assistir no mar as situações mais perigosas.

 Voz da Russia

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