Na última sexta-feira (30), o ministro da Defesa da Rússia, Serguêi Choigu (dir.), recebeu a ministra do Poder Popular para a Defesa da Venezuela, almirante-chefe Carmen Teresa Meléndez Rivas (esq.) Foto: mil.ru
Venezuela é um dos principais parceiros da Rússia na América Latina, com um volume da cooperação muito significativo.
Na última sexta-feira (30), o ministro da Defesa da Rússia, Serguêi Choigu, recebeu a ministra do Poder Popular para a Defesa da Venezuela, almirante-chefe Carmen Teresa Meléndez Rivas.
A Venezuela é um dos principais parceiros da Rússia na América Latina, com um volume da cooperação muito significativo.
"As relações entre os departamentos de Defesa da Rússia e da República Bolivariana da Venezuela têm um importante caráter estratégico em todas as áreas. Hoje temos a oportunidade de discutir as questões mais importantes da nossa cooperação militar e tecnológica. Felizmente, não enfrentamos nenhum problema", declarou Choigu.
"As visitas de nossos navios aos portos da Venezuela e tudo relacionado aos voos da aviação estratégica e aterrissagens na Venezuela são assuntos muito importantes para nós", completou Choigu.
O valor total dos contratos militares assinados por Rússia e Venezuela ultrapassa US$ 11 bilhões. De acordo com esses contratos, o país latino-americano já recebeu mais 100 mil fuzis Kalashnikov AK-103.
Além disso, a Rússia participa da construção de uma fábrica de montagem licenciada de armas e munições russas na Venezuela.
A Rússia já forneceu 24 caças de múltiplas funções Su-30MK2, 34 helicópteros Mi-17V-5, dez helicópteros Mi-26T e três helicópteros Mi-35M ao país latino-americano.
A Venezuela também está interessada na compra de tanques russos T-72V1, lançadores de foguetes móveis 9K58 Smerch, helicópteros de ataque Mi-28NE "Night Hunter", sistemas de defesa antiaérea Buk-M1-2 e S-300VM “Antei-2500”, veículos de combate de infantaria BMP-3M e veículos blindados BTR-80A, obuses autopropulsados 2S19 "Msta-S", sistema de foguetes BM-21 "Grad" (com 40 tubos), caminhões Ural 4320 e Ural 3206 e outros equipamentos militares.
"Gostaríamos de reforçar a cooperação em todas as áreas e programar visitas com maior frequência", disse a ministra da Defesa da Venezuela.
Meléndez Rivas afirmou que o presidente da Venezuela, Nicolás Maduro, pediu para ela organizar negociações em Moscou sobre o futuro desenvolvimento da cooperação técnico-militar.
"É necessário continuar o trabalho iniciado pelo comandante Hugo Chávez", disse Rivas.
Sukhoi Superjet 100
A Rússia planeja intensificar as relações econômicas e comerciais com a Venezuela por meio de novos acordos de cooperação técnica na aviação civil, disse o ministro da Indústria e Comércio da Rússia, Denis Mánturov, depois de uma reunião da comissão intergovernamental Rússia-Venezuela.
"A Venezuela é um dos principais parceiros econômicos e comerciais da Rússia na América Latina”, declarou Mánturov. “No ano passado, o comércio atingiu um recorde na história das relações entre os nossos países, de US$ 2,5 bilhões. Obviamente, isso aconteceu graças aos contratos de cooperação técnico-militar, mas há uma tendência geral positiva. É muito importante que a busca de novas formas de cooperação continue", disse Mánturov.
Ele acrescentou que as partes estão estudando o fornecimento de aviões russos à Venezuela. Uma fonte no Ministério de Indústria e Comércio esclareceu que se trata de aviões Sukhoi Superjet 100 (SSJ-100), MS-21, An-148/158 e Be-200.
O ministro das Relações Exteriores da Venezuela, Elías Jaua, não mencionou a exportação de aviões no seu relatório. No entanto, Jaua declarou que está estudando uma possível aliança e cooperação entre a companhia aérea russa Aeroflot e a companhia aérea venezuelana Conviasa para estabelecer uma rota aérea direta entre os dois países.
O vice-ministro russo, Iúri Sliusar, disse que durante a reunião da comissão intergovernamental as partes estudaram a experiência bem sucedida de uso do SSJ-100 no México.
"A Venezuela costuma comprar aviões brasileiros Embraer e agora a nossa tarefa é convencê-los de que os aviões russos têm uma melhor relação custo-benefício e são melhores em todos os aspectos”, diz Sliusar. “Agora, não estamos falando de um contrato, mas apenas da oportunidade de começar o fornecimento."
“Vale a pena lutar por esse mercado, devemos cooperar não apenas na busca de soluções tecnológicas, mas também na área financeira e de seguros. Estamos desenvolvendo um projeto com a Agência Russa de Seguros de Créditos e Investimentos Exiar e com vários bancos para fazer propostas competitivas em preço de crédito, condições de pagamento e financiamento", disse Sliusar.
O vice-ministro explicou que se trata do mesmo sistema implementado no México. As partes não discutem a possibilidade de produzir aviões na Venezuela, no entanto, caso o volume de vendas seja suficientemente grande, a Rússia não exclui a possibilidade de criar centros de atendimento ao cliente e de manutenção de aviões no país latino-americano.
Quando perguntado sobre o destino do projeto An-148, devido aos recentes acontecimentos na Ucrânia, o vice-ministro declarou que o programa continua e não há nenhuma razão para rever os planos conjuntos com os parceiros ucranianos.
"O programa continua a ser implementado, porque esse avião tem uma alta demanda tanto na Rússia, como em outros países. Não há nenhuma razão para se preocupar”, completou Sliusar. No entanto, uma fonte do Ministério da Indústria e do Comércio afirmou que, no futuro, a cooperação vai depender das negociações com a diretoria da fábrica Antonov.
Gazeta Russa
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